Por Joyce Clara
Por Emanule Pasqualoto e Joyce Clara
Com 30 autores e ilustradores convidados, o Festival Gralha Azul levou aproximadamente 1500 pessoas ao SESC Estação Saudade, segundo a organização, no último final de semana. O evento também teve a participação do escritor paranaense Domingos Pellegrini. O público pode interagir com as obras da Biblioteca Gralha Azul, por meio do contato dos artistas com palestras e rodas de conversa. Também foram oferecidas atividades interativas como totens para leitura e audição de obras, um jogo de memória gigante, uso de hologramas, óculos de realidade virtual e oficinas de modelagem 3D.
O primeiro dia do evento teve palestras e rodas de conversa durante a tarde. A palestra “Ler é bom… Para quê? Para quem?” da professora Suelen Trevizan, deu início às programações.
Os responsáveis pelas obras presentes na biblioteca realizaram rodas de conversa, com cerca de uma hora de duração cada. Na primeira sessão, as obras “Laranjas do mês de julho”, “Para frente e Para trás” e “Mistério na horta de texugo” foram apresentadas pelos autores e ilustradores, que contaram sobre as inspirações para a criação.
A segunda sessão abordou os livros “Dançando com as dobrinhas” e “As aventuras de Guto”. A autora do primeiro livro, Ivonete Veraldo Gasparello, destaca a importância da família para a construção da história e revela que os personagens foram inspirados nas pessoas da vida da autora.
Durante a terceira roda de conversa, foram apresentadas as obras “O Tapetinho Mágico de Kadu Sunshine” e “Em Busca da Lagoa Dourada”. Esta última busca retratar as paisagens e culturas típicas de Ponta Grossa. O ilustrador Wagner Muniz ressalta a importância de livros infanto-juvenis terem colorações vívidas e quentes para atrair este público.
Contações de histórias sobre os livros da Biblioteca Gralha Azul utilizaram diversas formas para atrair as crianças; músicas e fantoches fizeram parte da atividade. O escritor Alexandre Leocádio contou a história de sua obra “O tapetinho mágico de Kadu Sunshine” através da música, como forma de atrair e interessar crianças e adultos nessa imersão. O contador de histórias Alfredo Mourão participou da programação com o livro “As aventuras de Guto”.
“Além das leituras do autor e do ilustrador, nos deparamos com a apresentação das obras a partir de outros olhares, como o do contador de histórias, do músico e de uma série de outros profissionais que a partir das suas interpretações conduziram atividades”, conta Alfredo. Ele revela que, apesar da experiência como contador de histórias, nunca havia participado de um evento literário como o festival.
Uma palestra do ilustrador Guilherme Bevilaqua sobre o mercado das ilustrações encerrou as atividades do primeiro dia no SESC. O artista explicou como desenvolver a carreira nesse meio. O ilustrador destaca o caráter autoral e subjetivo de cada pessoa para desenvolver o trabalho.
Por fim, o escritor Domingos Pellegrini apresentou a palestra “Do saci ao super-homem, da riqueza a felicidade”, no Grande Auditório da UEPG Central,
O segundo dia do Festival Gralha Azul inicou na parte da manhã, com rodas de conversa com Dione Navarro, Carla Kuhlewein, Wagner Muniz, Camila Pasetto, Danilo Kossoski, Agnes Nagashima, Luciana Ramos, Paulo da Silva e Victor Marques, Darci Barros e Élio Chaves.
Na parte da tarde, a palestra “Literatura negro-brasileira infantojuvenil e educação antirracista: aforismo e considerações”, com o professor doutor Carlos André Ferreira, foi um dos destaques do evento.
Já as rodas de conversa da tarde reuniram Marcos Hidemi, Nessandra Cordeiro, Suelen Trevizan, Ana Taguchi, Giovana Vendruscolo, Waldomiro Neto, Ana Carolina Marques, Diego Gianni, Laqua, Elena Eggert, Lucas Pessoa e Joice Gumel.
Alessandra Perrincelli Bucholdz, diretora da ABC Projetos Culturais e curadora do Festival Gralha Azul de Vivências Literárias, defende que o evento colocou foco na produção literária infantojuvenil paranaense, buscando a análise, debate e reflexão. “É um movimento que não pode mais parar, nem sair de pauta. Estudantes, professores, mediadores de leitura, escritores, ilustradores e editoras demonstraram em suas falas a importância desse campo de estudo no sentido de tornar essa produção cada vez mais significativa e alinhada com o momento em que a sociedade vive”, diz.
Segundo a diretora, mais de 50 pessoas estavam envolvidas na organização. Ela destaca a intenção de fazer o evento se tornar fixo no calendário paranaense, para dar destaque à literatura infantojuvenil do estado.
O Festival Gralha Azul de Vivências Literárias foi aprovado pela Lei Municipal de Eventos Geradores de Fluxo Turístico (SETUR PG), patrocinado pela Continental Produtos Automotivos do Brasil. A realização é pela ABC Projetos Culturais com o apoio do SESC e da UEPG.