Por Amanda Ferreira, Joyce Clara, Maria Cecília Tramontin, Natalia Almeida e Pietra Gasparini
O segundo dia do Festival Gralha Azul de Vivências Literárias aconteceu ontem (8) no SESC Estação Saudade. O evento contou com entrada gratuita e diversas atividades simultâneas voltadas à literatura para adultos e crianças ao longo do dia.
Na parte da manhã aconteceram rodas de conversa com os autores e ilustradores da Biblioteca Gralha Azul. A autora do livro “O Mistério do Pote Amarelo”, Dione Navarro, destaca a importância do festival literário para as crianças da cidade. “A diversidade de obras aqui no festival leva as crianças a viajarem pelo mundo da imaginação”, diz.
Durante a primeira roda de conversa da manhã, a autora de “Lembra não Lembra” ressaltou a importância do trabalho de ilustração em livros infantis. “Um livro infantil é 50% história e 50% ilustração. Essa é uma das partes essenciais para captar a atenção de uma criança”, disse Carla Kühlewein.
Já na parte da tarde, Ana Carolina Marques, autora de “Cassandra e Pipoca”, falou sobre como se encontrou na escrita de literatura infantojuvenil. “Eu sempre imaginei muito e sempre me disseram que minhas ideias eram mirabolantes demais, essas ideias mirabolantes são aparentemente apreciadas por crianças”.
Já Giovana Vendruscolo, autora do livro “Posso te contar meu sonho?”, falou sobre a capacidade de crianças entenderem uma história. “A criança sabe mais do que a gente acha que sabe”. Pensando nisso, ela busca não simplificar muito o texto, para que a criança se desafie em aprender.
Na última roda de conversa do dia, os artistas contaram as experiências vividas ao escrever e ilustrar as obras. Os escritores Diego Gianni e Elena Eggert, autores de “O caçador de borboletas” e “Os tamanhos do coração”, respectivamente, contam que a inspiração para os personagens principais dos livros vieram da própria família, sendo “José” o avô de Diego e “Valentina” a sobrinha da Elena.
Sobre ilustrar um livro que trata de sentimentos, que é algo imaterial, Lucas Pessoa, ilustrador de “Os tamanhos do coração”, afirma que se trata de um desafio. “Tem que ir mais para uma questão de simbolismo, às vezes, ou uma coisa que retrate isso”, explica.
O livro “Um dia de Alice”, de Joice Gumiel, também fez parte da roda de autores. A obra é inspirada na Alice escrita por Lewis Carroll, porém, no seu livro, a autora traz uma Alice moderna, imersa num “mundo virtual”.
“Nós estamos muito mais ligados à virtualidade do que à realidade, então para os livros também uma das soluções encontradas é a literatura virtual”, descreve Joice. Para a autora, esse mundo virtual, que existe também no mundo real, está tomando conta da atenção das crianças.
Arte para crianças
Das 14 às 17 horas de sábado foram promovidas contações de histórias das obras lançadas pela biblioteca Gralha Azul e leituras interpretadas por meio de músicas e expressões corporais. Durante o intervalo, entre uma contação e outra, o público pode ir ao microfone e recitar poemas.
Os irmãos Bruna e Samuel, de 10 anos, e Sabrina, de 5 anos, estavam no festival e apreciaram as atividades. Eles brincaram com massinha, jogaram jogo da memória e também tiveram contato com muitos livros.
Silvestre Alves, cantor e compositor, que apresentou o pocket show contando histórias cantadas ao lado de Letícia Teixeira, falou sobre como a música agrega à contação. “A música tem um poder muito grande, que quando agregado à contação atrai as crianças pela diversidade de linguagens”.
Marcelo Silva, pai de gêmeas, trouxe as filhas para o festival e considera que o evento é importante pois, além do incentivo à leitura, traz atividades diferentes que despertam a curiosidade das crianças. “Essas atividades buscam chamar a atenção das crianças, que são tão bombardeadas pelo digital, e fazem com que entrem no mundo da leitura”, afirma Silva.
Os livros apresentados nas contações de histórias e nas brincadeiras e jogos estão disponíveis gratuitamente na Biblioteca Gralha Azul.