Ele é um pianista
Em um campo de plantio
Em frente à praia
Ao lado de um trilho
Trem doentio o palco abafa
Óculos de aviador
Vidro grosso, fundo de garrafa
Cante para mim meu senhor
Toca à mulher nos milharais
E entre os milhares de rabiscos
Aqueles olhos ínfimos surgidos
Em meio ossos na terra escondidos
Espinhos, escamas, peixe
O sentido que dei aos sumiços
Me pego em um feixe
De luz, de tempo
Envolto ao atrito
Me cerco em risco
E arrisco o palpite
Para percepções há limites?
Para os verdadeiros ‘sentidores de falta’
Pensar também é um feito
Premonição ou sentença?
Faz parte da dor sentenciar-se defeitos.