Com o sol baixo
Faz sombra no quarto
Não vejo ninguém esse horário
Fico na sacada observando de soslaio
Crescer creio que seja o fardo
Nas roupas encontro mais rasgos
Me sinto pequena demais nesse espaço
É que eu me sufoco demais em seu abraço
O pôr-do-sol não me cativa
Não me sinto viva sem ser colorida
E quanto essa subida da escada da vida?
Parece que no fundo eu amo me sentir vazia
E quanto aos meus planos?
Por tudo que eu planejei esse ano
E as datas das viagens que marquei?
Dessa cidade eu acabei por ser refém
Se por acaso, olhar pro alto
Passando ao calor desse asfalto
Se, por algum milagre lembrar de mim
Me leva para casa, por favor me leva daqui.