Venho modificando minhas palavras para que elas sejam publicáveis
Passei a esconder as rimas reais para que não fossem indesejáveis
Mas é impossível te escrever e não querer publicar
Assim como é impossível te ler e não te desejar
Ouvi histórias sobre morcegos, insetos, corujas
Que invadem as moradias, deixando-as sujas
Mas há um silêncio sobre as racionais criaturas
Invadindo espaços, sem importar-se com ataduras
O gradiente do céu, o gradual farfalhar dos pombos
Em baixo de minha cama, não deixei espaço para monstros
Mas às vezes, no emblema da blusa, na barra da calça
Coaxos e gritos, brados e estrídulos do ente se põe a soar
Meu passado é o estímulo para meu presente chorar
Eis que havia incessantemente um sufoco interno à cessar
Que a luz seja, não tão racionalmente, mas talvez eloquente
Razão suficiente para me fazer amar novamente.