Estação
Já era hora, mas ainda falta tanto tempo
Meu olhar lá fora, esqueço de viver o momento
Entender quem sou hoje será mais fácil amanhã
Resmungando palavras respingadas ao rocio da manhã
A sanidade não me afeta tanto quanto eu gostaria
Tempo, óh meu Tempo, Tempo meu de cada dia
Imploro, me jogo, aprendo, exploro e eu sofro ao lembrar o gosto
Me desmonto, no cosmos, no olhar do solo, afloro como uma margarida de outono
Não é orvalho se eu sinto descer pelo meu rosto
Não é inverno se eu não sinto frio em meu corpo exposto
É tarde demais, mas o perceber não se pode cronometrar
É chuva sim o que cai dos olhos quando não se aprende a amar
Uma luz amarela ao céu acima
A vermelha que com meu sangue rima
Do sabor ardente que há em não precisar esperar
Do valor frequente que há em decidir expressar
Estrelando o próximo e o que já foi
Me dispo de tentativas logo após o “oi”
Sem saber se há eras ou épocas para passar
Ou em qual etapa, período ou estágio eu devo estar.