Por Cultura Plural
Por Vincius Orza
Aconteceu na terça-feira (18), a última aula da primeira turma do projeto de Promoção de Direitos de Migrantes (ProMigra) de Ponta Grossa. A atividade contou com a participação de imigrantes de países como o Iraque e a Venezuela que vieram para o Brasil, onde tiveram, por cerca de seis meses, aulas de Língua Portuguesa na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A disciplina foi ministrada pela professora Angela dos Santos Salto, que ressaltou três palavras que definiram o convívio da turma nesse período: amor, amizade e respeito.
A aula de despedida foi marcada por uma mostra em sala que celebrou a pluralidade cultural de cada aluno. Através de apresentações, os estudantes puderam expor algo que achassem relevante para a turma, com foco nas individualidades de seu país e também em experiências na terra natal ou em território brasileiro. O espaço era aberto para depoimentos, vídeos e até alimentos típicos, todos produzidos pelos próprios.
Entre os pratos apresentados estavam a chicha, bebida venezuelana fermentada à base de milho e outros cereais, e o kubba halab, prato típico iraqueano similar a um quibe, e que tem sua massa feita à base de arroz e batata, sendo servido como aperitivo. A aluna Alessandra serviu caipirinha para a classe como uma forma de demonstrar seu amor pelo Brasil e lembrar sua profissão de barista. A venezuelana Sharon Mendoza compartilhou suas experiências na praia da Bahía de Cata, famosa em seu país. E ainda teve Marie Perez, que expressou de maneira emocionante a importância da saúde mental para qualquer imigrante. Ela contou a ansiedade que qualquer um sofre nesse tipo de situação, completamente longe de casa.
Segundo a professora Angela dos Santos, as maiores dificuldades vieram por parte da novidade que tem sido as aulas em um formato adaptado. Essa foi sua primeira turma desde que se formou. Ela conta que foi um enorme aprendizado tanto para alunos, que aprenderam uma nova língua, quanto para a professora, que precisou encontrar meios para facilitar o entendimento de todos. A educadora destaca ainda a importância da experiência para si. Segundo ela, há uma Angela de antes e outra de agora, completamente nova e mais capacitada para futuros desafios.