Embaladas por hits de bandas como Fresno, Restart e Pretty Little Reckless, a banda Poke e a cantora Mari Karman de Curitiba conduziram um tributo à cultura emo dos anos 2000 no último sábado (20). Com o início do evento marcado para as 20h e as apresentações ocorrendo a partir das 22h40, o CBG Bar foi um ponto de encontro para saudosistas e iniciantes na cultura que marcou o início do segundo milênio.
Além das apresentações, que também contaram com a participação ativa do público ao cantar as letras no microfone e pedir músicas às bandas, outras atividades aconteceram durante o evento. Logo após a segunda apresentação da noite, ocorreu a Emo Fashion Night, em que membros da plateia foram convidados a subir ao palco e mostrar as roupas inspiradas na cultura emo. Ao questionar “qual é o destaque da sua roupa?”, um dos organizadores recebia algumas respostas icônicas para o estilo emo: roupas listradas, cabelo colorido, correntes e camisetas de banda.
O figurino limitado a tons escuros, correntes, cabelos alisados e acompanhados de olhos sombreados compuseram a regra informal de vestimenta das cerca de 100 pessoas que compareceram ao evento, de acordo com a organização. Enquanto aguardavam pela execução de músicas de bandas como NX Zero e Paramore, as estudantes universitárias Yasmin Leria e Thayla Oliveira observam que a união das letras bad – depressivas e melancólicas – com o look criam um estilo que é difícil de descrever, mas fácil de reconhecer, como o Emo.
A força dessa subcultura outrora juvenil é demonstrada na maneira como aqueles que vestiram a cultura Emo no passado a trazem como parte de sua estória. A estudante de Psicologia Ketlyn Kielt, de 23 anos, que conta ter abraçado a cultura Emo integralmente na adolescência, diz que tal época e estilo sempre farão parte de sua vida. “Ainda que eu tenha me aberto para novas facetas da vida desde aquele tempo, sinto que uma parte dele [do movimento Emo] sempre terá um lugar especial no meu coração”.
A nostalgia marcou também outra parte do evento, que contou com um karaokê disponível para aqueles que sentissem vontade de demonstrar a paixão pela cultura. O microfone ficou aberto para o público e a escolha de músicas era praticamente ilimitada, fazendo com que clássicos, como “Misery Business”, da banda Paramore, e “Bring me to Life” da banda Evanescence, ganhassem versões ponta-grossenses.
Contudo, o evento marcado pelo sentimento nostálgico também teve recepções menos entusiasmadas. O desenvolvedor de sistemas João Augusto Grobe, de 23 anos, relata sobre o que deixou a desejar no evento. “Ainda que eu tivesse expectativas boas, o preço de R$ 30,00 de entrada e a demora para o início dos shows tiraram um pouco o ânimo de vir hoje”, revela Grobe ao se referir às temperaturas que chegaram a 1º na noite do evento.
Expansões
A segunda vinda da festa Chora Emo para Ponta Grossa contou com novidades como a inclusão de uma lojinha de vendas de artigos como bottons, camisetas, canecas etc, e a presença do estúdio Flash Tattoo para os que tivessem oportunidade de fazer uma tatuagem. Alguns dos produtos fornecidos pela loja montada logo na porta do bar também estavam sendo oferecidos como premiação para algumas das atividades, como a Emo Fashion Night, em que o vencedor ganhava um dos copos com a logo do evento que estavam à venda. Os preços variam entre R$ 20,00 até R$75,00.
A vendedora Leticia Lorenti diz que as parcerias foram todas arranjadas diretamente com os músicos. ”A gente conheceu o pessoal da Chora Emo em uma das apresentações e demos a ideia de acompanhar os shows trazendo os produtos licenciados deles, o que acaba sendo um diferencial”.
No ambiente reservado para a produção das Flash Tattoos, a tatuadora Fernanda Toczec fala sobre a receptividade do público. “Todo mundo está sendo super educado e simpático. Eu só esperava que houvesse mais gente e que o local estivesse mais agitado”.
* Versão do texto alterada em 04/09/2022.