A décima segunda edição da série “Diálogos em Jornalismo, História e Literatura”, por meio de uma transmissão ao vivo nas redes sociais do projeto de extensão Agência de Jornalismo UEPG, celebrou, na quarta-feira (22), os 100 anos de Paulo Freire – o Patrono da Educação Brasileira. O painel, com realização do Mestrado em Jornalismo e a Agência de Jornalismo, ambos da Universidade Estadual de Ponta Grossa, contou com a participação de quatro painelistas: Angela Ferreira (História/UEPG), Lucimara de Paula (Educação/UEPG), Hebe Gonçalves (Jornalismo/UEPG) e Ivonete Varela (Lic. Educação do Campo – MST). O evento foi mediado pelo professor Sérgio Gadini (Jornalismo/UEPG).
O painel foi aberto com um vídeo explicando o método de alfabetização adulta utilizado por Paulo Freire e como essa técnica fez com que milhares de pessoas no Brasil aprendessem a ler, escrever e tivessem maiores direitos, como o de votar. Explorando de maneira emotiva a obra e a vida de Paulo Freire, as painelistas trouxeram suas teorias e falas, recorrendo às experiências pessoais diante dos ensinamentos do educador.
Além do destaque sobre a maneira como Paulo Freire enxergava a educação, as participantes ainda conversaram sobre como a obra do pensador afeta não somente o modo como estudantes enxergam os professores, mas também como educadores entendem aqueles que estão aprendendo. Entre outros assuntos, as críticas de setores conservadores ao autor e a maneira de aplicar seus ensinamentos nas universidades também foram abordados durante o evento.
Angela Ferreira foi a primeira a falar e trouxe discussões sobre a obra de Paulo Freire, dando enfoque especial na maneira de abordar essas obras nos cursos de licenciatura para criar um senso de esperança e pensar nas possibilidades que a educação pode proporcionar para os educadores. “Mais do que falar dos ataques [destinados a Paulo Freire], é muito mais importante continuar falando dessas belas palavras e ensinamentos que ele escreveu ao longo da vida”, disse.
Em sequência, Lucimara falou sobre Paulo Freire como pessoa, explicando conceitos como a ética e a maneira de enxergar o mundo com mais amor, na esperança de uma realidade mais justa. “Ele não pensa só ideias, ele pensa em experiências”, Lucimara aponta, ao falar sobre o ato de chamar Paulo Freire de pensador e não somente de pedagogo. Já Ivonete Valera destacou sua paixão pelo autor, que surgiu em sua vida quando ela estava em um convento. “Para sair da caixinha onde eu vivia, passei a ler Paulo Freire para me libertar das amarras que eu trazia comigo”, explica.
Por fim, a professora Hebe Gonçalves trouxe para o painel a importância de Paulo Freire como teórico para a educação brasileira, comentando o modo como sua obra impacta diversos setores. Um deles é a comunidade acadêmica, considerando que o autor está entre os mais citados no mundo. “Ele é essa figura que nos impacta, não tem como ficar inerte com as palavras de Paulo Freire”, afirma.
Depois de todas as falas, a transmissão contou com perguntas dos espectadores para as painelistas. O debate pode ser conferido no Facebook e no YouTube da Agência de Jornalismo UEPG.