Por Cultura Plural
A Caminhada de penitência é uma manifestação tradicional do cenário religioso católico ponta-grossense. Ela é realizada anualmente todas as sextas-feiras santas, na semana que antecede a Páscoa. Organizada pela Paróquia Bom Jesus, a caminhada inicia às 6 horas da manhã em frente à Matriz, localizada em Uvaranas e termina na Capela Santa Bárbara, próxima ao Rio São Jorge, num trajeto de 16 quilômetros.
O objetivo do percurso é lembrar o sofrimento de Jesus Cristo no caminho até o Calvário, através de orações, cânticos religiosos e muito sacrifício. Também é uma forma de pagar promessas, agradecer graças recebidas e até mesmo pedir perdão por pecados cometidos.
Cerca de 3 mil fiéis participam do evento, numa contagem que não é muito precisa, realizada através da quantidade de “fitinhas” entregues aos participantes. São pessoas de todas as idades entre crianças, jovens e até mesmo idosos, que mesmo sem condições físicas plenas, submetem-se ao esforço, acreditando na recuperação de dores e enfermidades.
Nesse ano a caminhada da penitência foi realizada no dia 22 de abril em sua a 28ª edição. A primeira Caminhada da Penitência iniciou com um pequeno grupo de jovens da Paróquia. Com o passar dos anos a procissão ganhou popularidade, e recebe participantes de toda a diocese princesina e até mesmo de outras cidades. Muitos deles percorrem o caminho descalços ou carregando grandes cruzes de madeira como forma de mostrar à comunidade o sofrimento de Cristo até a crucificação. Ao final da Caminhada, geralmente, ocorre a apresentação de teatro, que representa a “Paixão de Cristo”, que nesse ano, porém, foi cancelada devido à problemas técnicos.
A principal dificuldade da organização, feita por voluntários, é realizar o transporte das pessoas de volta às Paróquias, após o final do percurso. Para isso, algumas empresas de ônibus, cedem alguns de seus veículos e motoristas para fazer esse trabalho. Porém, devido ao número cada vez maior de participantes, esse serviço fica suscetível a atrasos que podem até durar algumas horas.
Reportagem de Antônio Correia e Higor Lima