Por Cultura Plural
Matéria produzida para o curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Nos últimos anos, os games se tornaram uma febre entre o público jovem e, em muitos casos, são a principal fonte de entretenimento deste público. League of Legend (LoL), Defence of the Ancients (DotA), Counter Strike (CS), Call of Duty, Battlefield, são alguns dos games mais jogados no mundo. Estes títulos contam com milhões e milhões de jogadores e compradores das franquias.
A maioria desses jogos possui a mesma ideologia: estratégia e luta. O que muda é o enredo e o formato. Battlefield e Call of Duty, por exemplo, trabalham com histórias fictícias e procuram explorar os detalhes. Aliás, eles são do gênero de ‘tiro em primeira pessoa’, traduzido do inglês First-Person Shooter (FPS).
Entretanto, LoL e DotA possuem confrontos, mas nenhuma história, com o único objetivo de derrotar a base inimiga. Estes dois são classificados como ‘jogos de estratégia em tempo real’, do inglês Action RTS (Real-Time Strategy), também conhecido como Multiplayer Online Battle Arena (MOBA).
Essa variação de formato é importante, pois dependo do computador do usuário, alguns jogos não rodam, como é o caso de Battlefield e Call of Duty que, por apresentarem um nível de detalhamento muito alto, demandam de máquinas de alta qualidade.
O estudante de Engenharia Eletrônica da Universidade Tecnológica do Paraná e jogador de LoL desde 2011, Igor Stacheski, conta a frequência de partidas que joga. “Varia muito de dia para dia. Mas normalmente jogo dois games por dia, cada um com duração em média de 30 a 40 minutos”.
A maioria dos jogos on-line permite aos usuários jogarem no modo multiplayer, ou seja, os jogadores ficam conectados a diversas pessoas do mundo inteiro. Stacheski explica que conheceu muitas pessoas via LOL. “Tenho três amigos da Turquia, um do Egito e também tinha alguns dos Estados Unidos, mas destes perdi o contato”.
Funcionamento do League of Legends
League of Legends é um dos jogos que mais atraíram público nos últimos cinco anos. Para tentar compreender um pouco do sucesso do games é necessário explicar seu funcionamento.
Primeiramente, o usuário escolhe um ‘Champion’, que seria o personagem no jogo. Logo após, ele precisa fazer três coisas: escolher os feitiços de invocador/jogador que define como o jogador iria jogar runas, que são algumas características do jogador como habilidade, resistência mágica, dano físico, entre outras; e talentos, no qual você distribui pontos para cada tipo de posição.
Cada time possui cinco jogadores ou invocadores, como o jogo os intitula. Cada pessoa tem uma posição diferente e a função de cada um, geralmente, é sempre a mesma, varia apenas em alguns casos. O jogador escolhe um personagem de acordo com aquele que se encaixa melhor em uma ‘composição’ do time.
O mapa do LoL é dividido em três: Top ou topo, mid ou meio, bottom ou fundo. Cada time começa em um dos extremos do jogo. O objetivo é invadir o território inimigo para destruir torres. Na medida em que o invocador avança, ele ganha bônus e experiência, além de subir de nível. A partida chega ao fim quando a base inimiga, chamada de Nexus, é destruída.
O jogo possui uma versão gratuita, o que, de certo modo, explica seu sucesso de usuários.
Competições
No último fim de semana do mês de novembro aconteceu o Mega Gamer UTFPR 2014. O evento foi realizado pelo Diretório Central dos Estudantes do Campus Curitiba da UTFPR.
O evento contou com diversas atividades relacionadas a jogos eletrônicos, como por exemplo, concurso de cosplay Gamer (para dar ênfase ao gênero), expositores com consoles para o público jogar; em parceira com a Liga Organizada de Pokémon do Paraná (LOP PR) teve um Campeonato de Pokémon; Just Dance para o pessoal se divertir durante os intervalos dos jogos, além das semifinais e finais do 1º Torneio Unificado de E-Sports da UTFPR dos jogos League of Legends; Counter Strike: Global Offensive; e DotA2.
A fase classificatória ocorreu durante a semana da véspera do campeonato, e as semifinais e finais foram realizadas no dia. Ao todo se inscreveram 50 times de LoL, 26 de DotA2 e 16 de CS: GO, sendo que apenas oito times se classificaram para as semifinais de cada modalidade.
Rúben Salomão, um dos organizadores do evento, conta como surgiu a ideia da realização do Mega Gamer. “Ano passado eu entrei no mundo de E-Sports (sigla pra Esporte Eletrônico) e vi que no exterior tal modalidade era considerada esportiva e estava atraindo investimentos de grandes empresas do ramo tecnológico”.
Ele relata que, quando foi secretário geral do Centro Acadêmico do curso de Sistemas de Informação, realizou o 1º Campeonato interno de LoL – League of Legends e viu que a UTFPR tinha estrutura para isso. Quando se tornou presidente do DCE, recebeu várias demandas de outros cursos e resultou apostar nesta área. “Olhando para outras referências, como as Atléticas de Esportes ‘físicos’, pensei em introduzir a ideia de uma Atlética de Esportes Eletrônicos multi-Cursos”, observa Rúben.
Além disso, ele explica que a principal dificuldade, na organização do evento, foi financeira. “Sabíamos que por ser o primeiro evento e com um único patrocinador, teríamos problemas normais de eventos desse porte. Para ter uma ideia, não tivemos caixa para fazer camisetas para a organização, que foi identificada com uma pulseira diferente”.
Em Ponta Grossa, algumas competições já foram realizadas por Centros Acadêmicos do Campus de Ponta Grossa da UTFPR, mas de porte menor.
Mercado dos jogos
Estes jogos, mais do que esporte e diversão, se tornaram um grande negócio para usuários. Em todos os games on-line é preciso se cadastrar em uma conta. Hoje, muitos jogadores criam cadastros, praticam por um tempo e quando a conta está valorizada vendem para iniciantes dos games.
Em alguns casos os valores chegam a ser abusivos, ultrapassando a casa dos mil reais. Mas, geralmente, os valores das contas são muito variáveis, pois depende da classificação do usuário no jogo e também de quanto ele pede pela conta.
Um adolescente que prefere não se identificar explica como funciona o processo de venda. “Já vendi uma conta de LoL Gold por R$ 320,00, mas varia muito o preço do pessoal que vende, depende muito da classificação e características da conta. Conheço muitas pessoas que só abrem uma conta para poder vendê-la depois”, afirma.
Reportagem de Julian Vieira