Por Cultura Plural
Por Emanuelle Pasqualotto
O Dia do Indígena é comemorado em todo território nacional no dia 19 de abril. Em memória à data que marca a luta e a resistência, na última quarta-feira (23), aconteceu a terceira edição do Abril Indígena no grande auditório do campus central da UEPG. O evento é realizado pelo Coletivo de Estudos e Ações Indígenas, do curso de Letras, vinculado ao Laboratório de Estudos do Texto.
O Grupo de Guerreiros Vãhn Tãn da Comunidade Indígena de Faxinal, localizada em Cândido de Abreu, veio à UEPG central realizar uma apresentação de cantos, danças e rituais. Os alunos indígenas de Pedagogia, História, Medicina, dentre outros cursos, compareceram ao evento.
O reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, afirma a importância de a universidade ser também um território indígena. “É através da arte, das tradições e da cultura que nos reconhecemos como uma universidade inclusiva, com condições de trabalhar as culturas que estavam presentes aqui antes da chegada dos homens brancos”.
Durante o evento, foi realizada uma breve apresentação sobre a resistência indígena. A história dos povos originários no Brasil é marcada por mais de 500 anos de resistência às mais diversas formas de violência. A invasão das terras pelos europeus causou impactos nas culturas já presentes no território e nas organizações sociais das etnias.
Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, atualmente existem 305 etnias indígenas no país que falam 274 línguas diferentes. Antes da chegada dos europeus, havia mais de mil populações no território que se tornaria o Brasil.
A etnia Kaingang manteve os costumes, língua e tradições. A apresentação cultural realizada pelos Guerreiros Vãhn Tãn relembra a memória dos guerreiros que não estão mais aqui. “Hoje dedicamos este momento para saudar os grandes guerreiros, seus nomes podem não estar nos livros, mas suas histórias vivem com nós nos cantos e rituais”, reflete a acadêmica do quarto ano de Pedagogia Andreely Muvagtah Alves.
Ao todo, foram apresentadas dez músicas que contaram uma história sobre o povo Kaingang. No final do evento, foi aberto um momento para perguntas e diversas pessoas aproveitaram para saber mais sobre os ritos, histórias e costumes das diversas etnias. Além da apresentação cultural, o evento contou com venda de artesanato, arrecadação de roupas e alimentos para a terra indígena e certificação para os participantes.