Por Cultura Plural
Por Emanuelle Pasqualotto
Sequência do filme Divertida Mente (2015), uma animação que atraiu desde crianças até adultos, Divertida Mente 2 chegou aos cinemas em 2024 como um dos filmes mais esperados do ano. A animação da Pixar arrecadou mais de R$8 bilhões em bilheteria e está na corrida pelo Oscar, indicada na categoria de melhor filme de animação.
A história da Riley continua sendo o tópico principal, mas agora a garotinha do primeiro filme está enfrentando uma nova etapa da vida: a puberdade. Ao completar 13 anos, muitas coisas são novidades na vida da protagonista, mudanças físicas e mentais começam a aparecer.
Há novidades na sala de controle, com os novos sentimentos da pré-adolescência, as cinco emoções que predominavam até então ganham novas companhias: ansiedade, vergonha, inveja e tédio. A partir daí, algumas decisões impulsivas de Riley acabam influenciando em várias áreas da sua vida, inclusive no esporte favorito: o Hóquei.
A ansiedade obtém um destaque na vida da Riley de forma que ela assume a sala de controle e desestabiliza todo o ambiente. O desenvolvimento do enredo mostra como a protagonista vai aprendendo a inserir cada emoção em sua vida e como conseguir o equilíbrio entre elas de forma que todas contribuam para uma evolução e aceitação da fase do amadurecimento.
A animação conquista todo tipo de público, principalmente aquelas crianças que assistiram ao primeiro filme da sequência em 2015 e hoje em dia, na pré-adolescência, tiveram a oportunidade de crescer com a Riley ao assistir “Divertida Mente 2” e entender o que é a confusão de sentimentos de maneira lúdica.
Em uma era onde a ansiedade é um problema mundial, um filme que esclarece o tema de uma maneira simplificada para que todos consigam entender é, de fato, importante. Ao assistir a animação, crianças e adultos têm a chance de refletir, assim como a Riley, se a ansiedade não está “tomando conta das nossas salas de controle”.
O filme Divertida Mente foi indicado ao Oscar em 2016 nas categorias de melhor filme de animação e melhor roteiro original, sendo o vencedor da primeira justamente por carregar uma temática inovadora e pouco discutida na época. Lançar a sequência do filme que fala sobre emoções e sentimentos em uma época que crianças e pré-adolescentes são cada vez mais acometidos por doenças psicológicas relacionadas a isso foi um grande acerto dos estúdios Pixar.
Ao inserir os quatro novos sentimentos, a estética de cada um é muito bem definida, o que ajuda principalmente as crianças a entenderem o que é cada uma daquelas emoções de uma maneira visual.
A ansiedade com o cabelo bagunçado, um olhar de desespero e um sorriso “sem graça”, a inveja é representada com os olhos brilhando para bajular tudo que é dos outros e é pequena porque esse sentimento te diminui como pessoa. A vergonha sempre está escondida por trás do moletom, é rosa por ser assim que ficamos quando sentimos vergonha e grande por ser algo que geralmente não passa despercebido. Já o tédio é representado por cores neutras, olhar caído e com um celular na mão.
Uma mudança perceptível são os momentos de humor mais explícitos durante o segundo filme em relação ao primeiro. Há mais momentos de descontração com uso de trocadilhos, ao mesmo tempo, ao longo do desenrolar da história, o enredo vai ficando cada vez mais emocionante e reflexivo, principalmente quando se vê o que a Riley passa e se identifica com isso. Atualmente os dois filmes da sequência estão disponíveis no catálogo do streaming Disney+.