Por Cultura Plural
Mas afinal: “De onde vem o ovo?” A peça teatral dos Doutores Palhaços realizada nesse sábado, 23, às 17h e as 19h:30, faz parte do projeto “Um olhar sobre a Páscoa”. De forma divertida e diferente, os palhaços contaram a história de um ovo de chocolate que estava em dúvidas sobre de onde ele vem. A narradora, a Drª Tiburcia, representada por Micheli Vaz Madalozo Santos, começa contando sobre a história do ovo curioso.
A primeira visita do Ovo é em uma cigana, cuja propaganda falava: “Consulte! Preço de banana”. Mas o atrapalhado palhaço, não entendeu metáfora e o pagamento foi em fruta. Lá pretendia encontrar respostas através de cartas, mas não de tarô, cartas de correio que foram jogadas ao ar. Mas o ovo descobriu apenas previsões óbvias da cigana: “Você é um ovo de chocolate. Hoje é sábado e estamos em um teatro!”. A interação da plateia neste momento foi a parte chave da apresentação.Com músicas descontraídas a peça foi sendo interrompida em cada cena da história do ovo para aparecer cenas engraçadas de outros doutores palhaços e musicais para distrair o público.
Após a cigana, entram duas médicas, Drª Violeta e Drª Coisinha, para ensinar como fazer uma dobradura de papel de coelhinho. Violeta, pede para a plateia ficar de olho na Coisinha para ver se ela estaria fazendo a dobradura da maneira certa. Coisinha, uma doutora atrapalhada, ao invés de dobrar o papel se contorcia toda com o corpo. “Agora Coisinha, dobre ao meio”, disse Violeta. E Coisinha dobrava a coluna. Esta cena foi a preferia de Renata Pires, 9: “Achei muito engraçado como ela não estava entendendo o que era para fazer”, conta.
A paródia da música de Michael Jackson e dançarinos dos anos 80 foi a abertura da próxima cena, quando o ovo vai para Hollywood virar ator do filme Crepúsculo, no qual atua como Eduard. Em busca de mais sucesso vira modelo e cai nas armadilhas de uma mentirosa que promete a ele que será famoso na Turquia, como uma sátira da novela Salve Jorge. No trabalho internacional vira dançarino de boate feminina e se torna uma das vítimas do tráfico.
Continuando a história, entra um coelho vermelho indignado para protestar: “Ovo tem que ter brinquedo? Desde quando celho bota ovo?”. Em diversas falas, também contava piadas com marcas de ovos e divertia o público. Novamente dançarinos sobem ao palco cantando Michael Jackson, em uma paródia da música “I´ll be there”, vulgo “fazer xixi no bidê”. E em seguida, o Ovo vai ao Texas e vira cantor de sertanejo universitário e sua música vira sucesso no mundo todo em várias línguas.
Ao final,o Ovo aparece em cena dizendo que mais nada irá fazer. E os atores não perderam a chance de uma boa risada, e fazem mais uma paródia com a música de um vídeo famoso na internet: “Eu não tô fazendo nada, nada,nada…”. Mas, o que menos esperava veio: uma paixão. O ovo encontra sua alma gêmea, cara metade, uma “ova” branca. Em som da música tema Titanic, dançam e formam uma família dando vida ao um ovo de chocolate de páscoa. Assim o Ovo contente acha a resposta que tanto procurou: “Agora descobri de onde vem o ovo”
Mas a verdadeira essência da Páscoa é celebrar a vida!”, conclui a Drª Tiburcia em última cena da peça.
Com a presença de diversas faixas etárias, o teatro lotou as poltronas do Auditório B do Teatro ópera. Na duração de quase uma hora de apresentação em todos os momentos o público riu. Doutores Palhaços SOS Alegria, desde 2008 vem atendendo crianças e adultos nos hospitais, salvando risos e fazendo diversas atividades. Hoje, uma organização civil não governamental atende mensamente cerca de 2140 pacientes. Semanalmente, visitam oito hospitais e clínicas, entre elas pediátricas e oncológicas. Micheli, uma das fundadoras do grupo conta o objetivo do SOS Alegria neste ano: “um dos principais objetivos é manter a qualidade do trabalho de forma profissional e a todos os que necessitam”. Também organizadora da peça, Micheli fala da importância de fazer o teatro: A maioria das pessoas reclamavam que gostaria de nos ver mais, sempre estamos atendendo a alegria em hospitais. Então a ideia é trazer a arte e o teatro para essa interação fora do hospital”, conta
Reportagem de Mariana Okita