Rodolfo Martins Kravutschke
Fechar os olhos,
vislumbrar o amanhã,
lembrar do ontem,
esquecer o mundo.
Fechar os olhos bem apertados
e esquecer que a angústia existe,
esquecer o caminho de casa
mesmo que por um minuto.
Fechar os olhos de maneira suave
e viver o que há entre os sonhos e a realidade,
devaneio.
Fechar os olhos como fechar uma porta,
mudar os tons da realidade,
trazer bem perto o que se ama,
jogar o jogo com um atalho.
Fechar os olhos repentinamente,
como uma última vez,
fechar tudo,
escurecer.
Fechar os olhos para se proteger da luz intensa,
devido ao sol alto,
devido a uma vida perfeita.
Fechar os olhos e dormir,
deixar a existência por algumas horas,
deixar os pensamentos no inconsciente,
soltar um pouco os controles.
Fechar os olhos e abrir novamente,
pois a vida segue,
mesmo de olhos fechados,
mesmo no sonho,
mesmo no castelo do conto de fadas.