Por Matheus Gaston
Por Matheus Gaston com Leonardo Duarte*
No último sábado (19), o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa (COMPAC) aprovou o tombamento de oito edificações. A sessão pública aconteceu durante o evento PG Memória, no Lago de Olarias.
Os prédios possuem características arquitetônicas variadas, como art déco, ecletismo e o modernismo. Cinco edifícios se encontram na região Central e os outros três em Oficinas, Vila Santa Mônica e no distrito de Guaragi. As construções foram erguidas entre os anos de 1898 e 2004.
Conheça mais sobre as construções tombadas:
Casa Comercial Irmãos Menezes:
Construída em 1898, a casa de esquina está situada no distrito de Guaragi e possui estilo italiano em alvenaria com aproveitamento de sótão. Em 1925 funcionou uma Bodega pertencente ao Sr. Felipe Justus Sobrinho. Em 1950, o esposo da filha do Sr. Justus passou a administrar o comércio até 1980, no local era vendido tecidos cereais, ferramentas, calçados e outros. Em 2000 o comércio deu lugar a uma sala de exposições chamada de “Sala da Saudade Entre Rios”.
Boteco da Estação
A casa de alvenaria situada no centro da cidade foi construída em 1928 e pertenceu ao Sr. Leonardo Szesz, que trabalhou na Rede de Viação Paraná-Santa Catarina. Posteriormente, Szesz abriu um armazém em sua residência. Além disso, sua família montou a primeira indústria de madeiras em Ponta Grossa.
Corpo de Bombeiros
Inaugurado em 1939, o edifício de dois pavimentos e uma torre central foi o primeiro corpo de bombeiros de Ponta Grossa. A importância para o processo de tombamento significa o crescimento e expansão econômica da cidade, que até então dependia dos serviços da capital Curitiba.
Gruta Santa Mônica
Em 1984, o então prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau, criou a vila Santa Mônica, no bairro Jardim Carvalho. O residencial na época não possuía água encanada. Então, os moradores se abasteciam em uma nascente de água localizada em uma pequena gruta, que ganhou reconhecimento significativo para a comunidade. Posteriormente, o local que foi denominado de Gruta Santa Mônica se tornou um espaço de lazer e, em 2007, foi finalizado uma construção artificial de uma pequena caverna sobre a gruta.
Casa Eclética
Com estilo eclético e ornamentos à mão francesa, a casa foi construída antes de 1950 no centro de Ponta Grossa e abrigou importantes famílias da época. Antes dos anos de 1948 abrigou a família Moro, dona de vidraçarias. Até o ano de 1974 pertenceu à família de Victor Malucelli, um dos proprietários da então Firma Malucelli. Já abrigou comércios como escola de idiomas, tabacaria e atualmente um pet shop.
Cine Teatro Pax
Idealizada por Frei Elias em 1955, a obra era destinada a ações educativas para a classe ferroviária. Construído no bairro de Oficinas no ano de 1956, o auditório possui capacidade para 400 pessoas. Os moradores do bairro ferroviário iam até o local assistir filmes e peças teatrais com viés educacional. Em 1961, um terreno foi doado onde hoje se encontra o atual edifício Pax, finalizado em 1964. Em 1980, fecha as portas pela baixa procura por cinema e a prefeitura passa a regir sobre a propriedade chamando-o de Teatro Municipal. Em 2006 é doado para a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Casa Branca
Representa a chegada da arquitetura modernista em Ponta Grossa, um dos marcos destes traços é a residência Álvaro Correia de Sá projetado pelo arquiteto Vilanova Artigas, edificação que foi rejeitada para tombamento e posteriormente demolida.
O edifício possui telhado borboleta inclinado, fachada livre projetada para ser somente com janelas e elementos verticais que dão leveza e criam espaços abertos na edificação.
Princesa Assistência
Com telhados e ornamentos à mão francesa, sua principal característica arquitetônica é a art déco com parte inferior de alvenaria revestida por pedras. O imóvel representa a arquitetura típica do município até metade do século XX.
*Reportagem escrita na disciplina de Produção e Edição de Textos Jornalísticos III, com supervisão do professor Manoel Moabis