Por Cultura Plural
Por Victor Schinato
No primeiro fim de semana de julho, a Secretaria Municipal de Cultura realizou a Virada Cultural. A programação, inteiramente gratuita, contou com diversas manifestações culturais no centro de Ponta Grossa. O palco principal, intitulado Flávio Fanucchi, acolheu todas as apresentações musicais no cruzamento do Calçadão da Coronel Cláudio com a rua Sete de Setembro.
Entre as atrações musicais distribuídas nos dois dias estavam Maick, cantor sertanejo campeão do quadro “A Hora da Decisão” no programa Faustão na Band; Bananeira Brass, fanfarra popular curitibana, que se apresentou no encerramento da Semana de Cultura Bruno e Maria Enei; e a banda Chave de Mandril, terceira colocada no Festival Universitário da Canção (FUC) deste ano.
Além das apresentações acima, também estavam presentes no palco a banda Curly’s, DJ Lelo, Raylan Marinho, Antonny e Amaury, Caravana da Cultura, Brida e Romildo, Olirrô e Anderson Black.
O que o mordomo viu?
Em adição ao evento no palco principal, o Grupo de Teatro de Ponta Grossa (GTPG) apresentou pela primeira vez a peça “O que o mordomo viu?”, no Cine-Teatro Ópera. A peça dirigida por Emerson Rechenberg e adaptada do original de Joe Orton, traz a comédia adulta com deboche. O espetáculo, proibido para menores de idade, lança comentários ácidos sobre a sociedade ao espectador, que se vê testemunha de uma situação que se torna mais caótica a cada fala e novo personagem.
Na história, um psiquiatra assedia uma mulher durante uma entrevista de emprego. Para manter o crime escondido de sua esposa, o homem mergulha no dia mais complicado de sua vida. A cada novo personagem, interpretado com excelente timing cômico pelo elenco do GTPG, a teia de mentiras se torna mais intrincada e novos crimes são cometidos. Apesar de se tratar de uma comédia, com personagens caricatos e situações absurdas, os temas discutidos no roteiro são problematizados e, por mais que nunca dito, a condução da trama esclarece o quão condenável as atitudes do psiquiatra são.
O cenário, quase um personagem vivo da narrativa, se destaca por sua complexidade e ampla participação no roteiro. Ao ocupar todo o palco, cada detalhe se torna um elemento que enriquece a história. Além disso, a caracterização se torna fundamental para o bom andamento da peça. Quando questões como gênero e identidade entram em pauta, a maquiagem e figurinos são partes da experiência que fez toda a audiência gargalhar.
A estreia da peça na Virada Cultural foi a primeira das três apresentações programadas no calendário do GTPG. O elenco se apresenta novamente nos dias 01 e 02 de agosto, às 20h, também no Ópera. A entrada solidária sugere a doação de um quilo de alimento não perecível.
Ensaio
Confira a seguir fotos registradas durante as apresentações musicais no palco Flávio Fanucchi. Em ordem, estão Maick, Bananeira Brass, e então a banda Chave de Mandril. Veja também registros da peça do Grupo de Teatro de Ponta Grossa.