Por Lilian Magalhães
No último domingo (25), o Cine-Teatro Ópera foi palco para dois eventos culturais em um: a mostra coreográfica do Multiverso Casa das Artes e a pré-estreia de “Na pele”, primeiro espetáculo da companhia de dança contemporânea Ooxe. O tema geral da noite foi a necessidade de empatia, com o título “E se todas as conexões fossem pelo coração?”
A noite teve início com a prévia de 20 minutos da dança contemporânea “Na pele”, dirigida pelo bailarino Jonas Jorge. A coreografia será apresentada por completo no dia 11 de agosto e tem como conceito as camadas da pele. “A proposta do espetáculo é abranger tudo que envolve a pele: toque, cicatrizes, lembranças, tatuagens, sentimentos”, afirma o coreógrafo. Jonas conta que o grupo surgiu de um sonho pessoal dele, e seus amigos, também bailarinos, aceitaram a proposta. “No início éramos quatro pessoas e conseguimos o apoio da Casa das Artes com o diretor da escola, Guilherme Tupich, que nos cedeu espaço para ensaio”.
A prévia foi o suficiente para mostrar que a companhia traz sensibilidade nos seus movimentos e não tem medo de arriscar, mesmo que o grupo ainda seja novo no cenário cultural da cidade. Bruna Gardinal, bailarina e ensaiadora do grupo, dá o crédito à diversidade da Ooxe ao lembrar que todos os seis bailarinos que atualmente compõem o grupo possuem origens diferentes na dança. “Cada um de nós tem uma particularidade. Eu sou do jazz dance e topei a ideia porque queria me envolver mais com o contemporâneo. A equipe está fechada para 2023, mas estamos discutindo sobre a entrada de novos bailarinos no ano que vem”.
Em seguida, a mostra coreográfica do Multiverso Casa das Artes foi apresentada no formato de 32 coreografias que diversificaram entre as modalidades oferecidas pela escola: balé clássico, jazz, contemporâneo, danças urbanas e hip-hop. Guilherme Tupich, diretor da instituição, explica que a escola já passou por muitos lugares do Paraná. “A Casa das Artes surgiu em Ponta Grossa em 2006, passou por Curitiba, Tibagi, Ventania, Ortigueira e Telêmaco Borba. Voltamos para cá em 2018 com a sede oficial, mas continuamos com unidades em Carambeí e Tibagi.”
De acordo com Tupich, a mostra coreográfica é uma forma de incentivar a criatividade dos alunos por meio da dança e o tema deste ano foi a busca pelo amor e empatia. Como resultado, coreografias com temáticas de faces, encontros e vivências acompanhadas de músicas clássicas como I Have Nothing, de Whitney Houston e Dangerous, de Michael Jackson, com as dançarinas categorizadas como o rei do pop foram destaques da noite. “Todo ano nós fazemos as mostras, e o conceito deste foi a necessidade dos vínculos, conexões. O tema do amor também faz parte do nosso espetáculo de novembro, que será uma releitura do filme Amor além da vida (1998)” .
Ao todo, o evento foi um sucesso de público, que a cada apresentação demonstrou respeito pelos bailarinos com aplausos incansáveis para cada uma das coreografias. A proposta de pré-estreia juntamente à mostra coreográfica semestral fomentou a expectativa para os futuros projetos que os grupos irão apresentar. Além disso, a demonstração de apoio entre a escola e a nova companhia prova que o cenário da dança na cidade mostra seus ânimos por incentivo à pluralidade de manifestações artísticas.