Por Cultura Plural
Por Mariana Borba e Loren Leuch*
O Dia Internacional do Museu, 18 de maio, foi marcado pela abertura de três exposições no Museu de Ciências Naturais (MCN), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A principal delas é o Jardim Geológico do Paraná – Coleção Bigarella. Seu diferencial é ser uma exposição externa e interativa, com formato do estado do Paraná. O acervo é composto por rochas da coleção de João José Bigarella (1923-2016), coletadas pelo geocientista durante sua vida. Após uma doação feita pela Fundação Bigarella (Funabi), o MCN pôde colocar em prática o sonho do pesquisador de expor esse acervo, que possui um “valor incalculável para a nova geração de estudantes”, de acordo com as palavras utilizadas pela filha de Bigarella, Mônica Maria Bigarella, na carta de doação à UEPG.
De acordo com o professor Antonio Liccardo, coordenador do Museu de Ciências Naturais, a exposição é um resgate de um acervo valiosíssimo e a importância dela dentro da UEPG diz respeito à educação não-formal. “Essa exposição dentro da UEPG importa porque estamos trabalhando com a educação não-formal. Essas escolas vêm visitar o museu para aprender sem precisar de professores. Não é aquela aula formal, que as pessoas ficam horas sentadinhas ouvindo. Aqui você tem interação com os objetos, você tem uma paisagem diferente e acaba tendo um aprendizado.”
O Museu de Ciências Naturais completa seu primeiro ano em 2023. Liccardo explica que esse período foi de aprendizado em relação à estruturação e capacitação da equipe. No entanto, o professor ressalta que foi um ano fantástico em relação à recepção do público, já que o MCN atingiu 7 mil visitantes. Dentre seu público, o principal grupo é o escolar. Crianças que aprendem sobre ciência de uma maneira interativa e diferente da sala de aula convencional.
O professor do Departamento de Geociências acredita que, com a nova exposição, o Museu de Ciências Naturais está ainda mais acessível para as pessoas. Como o Jardim Geológico está exposto na parte externa, mesmo quando o museu está fechado é possível visitá-lo, tornando o MCN um espaço de lazer, ciência e cultura.
Para Renê Wagner, presidente da Rede de Museus Universitários da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a divulgação da ciência em formato de didatização é a principal importância de uma exposição como essa. Para ele, os conhecimentos adquiridos pelos pesquisadores devem ser expostos com uma linguagem usual para a sociedade. “Esse é o grande desafio de qualquer museu. Transformar uma linguagem complexa, de pesquisa, uma linguagem acadêmica, em uma linguagem usual que o cidadão e a cidadã possam entender. Porque o museu é isso, sempre deve ter um papel social.”
Ainda segundo Renê, a divulgação das pesquisas é um retorno da comunidade acadêmica aos cidadãos. Ele explica que a universidade pública é da sociedade e deve divulgar os resultados das pesquisas. O papel dos museus universitários é fundamental nesse contexto, tanto para nível nacional, quanto para nível mundial.
Além da exposição “Jardim Geológico do Paraná: Coleção Bigarella”, o Museu de Ciências Naturais lançou mais duas exposições: A primeira, “Nos Passos da Evolução Humana”, é uma parceria com o Museu de Arqueologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A mostra reúne fósseis que, em sua evolução, originaram o Homo Sapiens Sapiens. A outra exposição inaugurada na 21° Semana Nacional dos Museus foi a “Bate-Papo com Pinguins”, que conta com objetos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), divulgando resultados da Missão Antártica Brasileira.
O Museu de Ciências Naturais localiza-se no Centro de Convivência do Campus Uvaranas da UEPG. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 9h até às 12h, e das 13h30 até às 17h. Para a visitação de grupos é necessário agendamento, que pode ser feito pelo telefone (42) 3220-3024 ou pelo e-mail mcn.uepg@gmail.com.
*As repórteres fazem parte do projeto de extensão Ações Culturais no Museu Campos Gerais