Desfile, música e casa cheia dão início ao 50° Fenata
novembro 9, 2022
Categorias: Artes Cênicas; FENATA;

Desfile, música e casa cheia dão início ao 50° Fenata

A peça convidada ‘Tudo’, de Guilherme Weber, marca a abertura do festival este ano


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Por Joyce Clara e Thainara Stein 

“A UEPG nasceu sob o signo do teatro”. Foi com a lembrança da frase um dia dita pelo primeiro reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, João Lubczyk, que a edição deste ano do Festival Nacional de Teatro (Fenata) começou na noite de ontem (09), em cerimônia no Cine-Teatro Ópera. 

A abertura não ocorreu de forma convencional. Antes do público se acomodar nas poltronas do teatro houve um desfile acompanhado pelo Grupo de Teatro de Ponta Grossa e pelo Coro Cidade de Ponta Grossa nas ruas ao redor.


O público foi recebido no interior do Ópera com decoração especial e um bolo em comemoração às 50 edições. O grupo de Teatro de Ponta Grossa e o Coro Cidade envolveram o público antes do espetáculo com música e alegria.

‘Tudo’ reflete sobre dilemas do cotidiano

Com um elenco formado por Julia Lemmertz, Dani Barros, Vladimir Brichta, Claudio Mendes e Marcio Vito, a peça Tudo foi encenada para o público que lotou o Cine-Teatro Ópera – resultado dos dois anos em que esse contato ficou restrito pela pandemia de COVID-19 – e arrancou momentos de riso e aplausos da plateia, além de trazer questões para reflexão. O espetáculo é de autoria do argentino Rafael Spregelburd e tem direção de Guilherme Weber.

Público lota Cine-Teatro Ópera para prestigiar a retomada presencial do festival. Foto: Joyce Clara

Antes de iniciar a peça, o público foi informado que a atriz Dani Barros não poderia participar, pois testou positivo para o novo coronavírus. Porém, com adaptações e um dos atores realizando os dois papéis, o espetáculo não foi prejudicado.

A peça, dividida em três partes, é construída a partir das perguntas: Porque todo Estado se torna burocracia? Porque toda Arte vira negócio? E Por que toda Religião se torna superstição?

“Todos com olhos cravados na tela” foi uma das frases ditas na peça. Com cenário simples, mas com atuações profundas, as três histórias relatam a rotina de um grupo de funcionários, uma família em um jantar de natal e um casal com seu filho recém-nascido que adoece, respectivamente. Nestes atos são questionados valores e comportamentos da sociedade contemporânea, mostrando suas contradições.

Sobre o Fenata

Painel com cartazes de diversas edições homenageia o Fenata. Foto: Thainara Stein.

Referência na área do teatro e um dos festivais mais antigos do país, a primeira edição do Fenata ocorreu em novembro de 1973, com a participação do Grupo de Teatro Universitário da UEPG. As edições ocorreram de forma consecutiva, e mesmo nos dois anos de pandemia, diante do isolamento social, o festival se adaptou para continuar. 

A primeira edição do Fenata marca a data em que a Universidade Estadual de Ponta Grossa  recebeu o reconhecimento oficial do Conselho Nacional de Educação, e é por isso que o evento é tão importante para a instituição. Nesses anos de história, os artistas representavam nos palcos da cidade obras de Moliére, Pirandello, Brecht, Shakespeare, Oscar Wilde, Nelson Rodrigues, entre outros. 

Coordenador geral do Fenata e diretor de Assuntos Culturais da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da UEPG, Nelson da Silva Jr. observa que o festival é a extensão entre artista e público, a troca de conhecimentos, a oportunidade de debates sobre temas importantes, a preservação dos valores culturais e, principalmente, um marco de resistência na cultura.

Destaques da 50ª edição

Neste ano, o FENATA conta com 85 apresentações, distribuídas no Cine-Teatro Ópera, Teatro Marista, Sesc Estação Saudade, Lago de Olarias, Auditório da Reitoria da UEPG, Calçadão, Praça Barão do Rio Branco e em frente à Biblioteca Pública Municipal, além de espaços como escolas e instituições. A curadoria ficou com a equipe formada por Adbailson Cuba, Fátima Ortiz e Gilvan Balbino. Esse último também compõe o júri, junto com a atriz Guta Stresser e o ator Adriano Petermann.

Guta Stresser relata a felicidade de ter sido convidada para o festival, porque como curitibana gosta muito das oportunidades de retornar ao Paraná. “Ainda mais para um festival desse porte e com uma curadoria finérrima”, diz.

As apresentações seguem até domingo (13). A programação completa pode ser conferida no site oficial do FENATA.

Confira a galeria feita pela Repórter Joyce Clara:

 

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Joyce Clara

Joyce Clara

Olá! Meu nome é Joyce Clara, sou acadêmica do 2° ano de jornalismo e vivo em dois mundos: o real e o que a arte cria em mim. Entusiasta das diversas faces da cultura e de toda catarse que me envolve através dela.

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