O escritor sofre,
sofre em silêncio
a desaprovação das palavras,
sofre a solidão
do amor pelas linhas,
do amor
pela solidão.
Estou diante do papel
como o solo nu
no deserto da alma,
na profusão de sonhos
e medos
que em mim vivem.
O escritor vive isolado
das vozes do mundo,
dos olhos da escuridão,
dos temores sinceros,
mas não vive longe do amor
que vive em si.
Vem cá,
meu amor,
quero-te aqui
para te fazer eterna.