Quadrados
O papel em branco
me encara,
como se a dívida
não estivesse ali,
sem ser quitada,
ele necessita de palavras
que timidamente
o preencham,
e da bagunça mental
surgem superfícies
e formas.
A manhã cinza
abstrai-me sonhos leves,
chega às portas
do castelo
e movimenta
seus pesados sinos,
comovido,
deixo-me.
E um talvez
é um tom estranho,
quando o vermelho
suspeita de uma
sexta-feira doce,
e a dissonância
discorda de uma maneira
tão bela aos meus ouvidos,
posso sorrir
para os pedestres
na minha
imprópria
loucura.
A mansidão desce
em espirais perfeitas,
conto vagalumes
com meus olhos brincalhões,
amar não é nada diferente
de amar.