Por Joyce Clara
Por Gabriel Aparecido, Iolanda Lima, Joyce Clara e Victor Gabriel Schinato
Nos dias 11 e 12 ocorreu, no Centro de Cultura, a 22° Conferência Municipal de Cultura, que reuniu artistas, artesãos, pesquisadores e produtores de cultura locais para discutir, junto à uma mesa diretiva, as políticas da área.
O sancionamento das cadeiras de representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência, a indicação para o Conselho de Curadores da Fundação Educacional de Ponta Grossa (FUNEPO) e a revisão do Plano Municipal de Cultura foram alguns dos assuntos levantados para o debate na conferência.
A mesa diretiva foi composta pelo secretário Municipal de Cultura e presidente do Conselho Municipal de Política Cultural, Alberto Portugal, e pelos membros do Conselho que representam os segmentos culturais: Carlos Alexandre Martins Schneider, Maria Luiza Cortes Cavazotti, Wilton Correia Paz, Manoel de Andrade Correa, Jonas Jorge da Silva, Rossana Barbisan, Álvaro Bueno Filho, Ana Cláudia Ferreira Gambassi, Luis Claudio Moutinho, Brendo Francis Carvalho, Ceres Benta Berthier Gehlen e Nelson Silva Junior. A abertura do evento foi marcada pela apresentação da Banda Lyra dos Campos e do cantor Scilas Oliveira.
No início da Conferência foi realizada a leitura do Regimento Interno, que suscitou no público diversos questionamentos em relação ao método de votação, uma vez que em edições anteriores era obrigatória a participação na Conferência e o cadastro no Censo Cultural do município. Segundo a mesa diretiva, o voto seria feito por meio dos crachás entregues na entrada, entretanto, devido ao alto número de participantes, nem todos receberam a credencial. Ficou decidido que a votação aconteceria no dia seguinte, quando a mesa definisse a melhor maneira para realizar o processo.
O secretário Alberto Portugal promulgou o novo Plano Municipal de Cultura, que tem como principais destaques: a reforma da Estação Paraná, a democratização do acesso à cultura na cidade, a transformação da Mansão Vila Hilda em um museu aberto ao público, com a recepção por parte da Secretaria de Cultura do acervo do já inexistente Museu Época, entre outras ações.
Ainda na primeira noite, o público participou da Conferência com manifestações e questionamentos à mesa. Uma delas foi de Leopoldo Stadler, produtor musical independente, que pontuou a falta de reconhecimento aos artistas autorais na reabertura do Sexta às Seis, que recebeu a banda Destroyer Kiss, cover da norte-americana Kiss. Para ele, a Secretaria não vem incentivando os artistas, pois o evento quinzenal de sextas-feiras não é suficiente para promover a arte daqueles que devem fazer tudo de forma autônoma.
Conferência define representantes para o Conselho da FUNEPO
Na terça-feira (12), a 22º Conferência Municipal de Cultura iniciou com apresentações musicais variadas. Entre elas, a de Vivian e Scilas Oliveira, vencedores do 34° Festival Universitário da Canção, a de Makairy e Megaron, da tribo Fulni-ô, vindos de Pernambuco para mostrar sua cultura e práticas xamânicas ao resto do Brasil; e do Coro Cidade, com uma apresentação que mescla harmoniosamente a sutileza do coral com a criatividade do slam.
Ao dar continuidade à discussão de propostas levantadas no primeiro dia da Conferência, foram debatidas ações como a criação de galerias para o graffiti, redirecionamento de impostos para o fundo cultural da cidade, reajuste inflacionário do orçamento anual para o setor artístico, intercâmbio de alunos de cinema e a criação de uma mostra pública de filmes. Também foi aprovada a criação de quatro novas cadeiras na composição do Conselho destinadas para a arte urbana, cultura da diversidade, cultura negra e carnaval, a serem preenchidas em eleição na próxima Conferência Municipal de Cultura.
Durante as proposições e debates, a preocupação dos artistas com a valorização de seu trabalho foi colocada em foco. Comentários referentes à lei Aldir Blanc, que prevê auxílio monetário aos artistas afetados pela pandemia, e a lei Paulo Gustavo, que propunha o repasse de R$3,8 bilhões ao setor cultural, foram frequentes. Um dos pilares da discussão, levantada por parte dos artistas, foi a falta de apoio e a burocracia relacionada à obtenção de auxílio financeiro do poder público.
Ao final da noite, foi realizada a votação para a eleição de dois representantes para o Conselho da Fundação Educacional de Ponta Grossa (FUNEPO), responsável pela TV Educativa. Em diversas deliberações relacionadas ao futuro do canal aberto de TV de Ponta Grossa, foi ressaltado o potencial de disseminar informações sobre projetos públicos que servem à comunidade. Os candidatos Manoel de Andrade Bignel e Arthur Calheiros foram eleitos titulares, enquanto Hélcio Luiz Kovaleski e Luiz Carlos Gorchinski foram escolhidos como suplentes.