Parem as máquinas, imediatamente!
Parem as guerras,
parem o frio
e os partos que agora ocorrem!
Parem as manhãs e as maçãs,
que crescem como soar do mundo novo.
Parem os navios que seguem as correntes,
parem os olhos que se guiam pelas estrelas.
Parem condomínios,
colmeias,
cárceres
e o cacarejar.
Mas não parem com essa dor, que é inextinguível.
Como posso ver e sentir
a dor que meu semelhante sente
sem morrer um pouco?
Pois, que se o dia morre
quando chega o anoitecer,
a alma se vai quando a solidão chega,
e já não existem manhãs, maçãs ou narizes.
E a vida se acaba.
E mesmo que o coração lute,
bravamente como soldado,
a tristeza é forte
e esmaga nossos sentidos.
Nada mais faz sentido.