Por que nos deixam órfãos essas mulheres,
por que vagam
em nossas mentes
atestando seu lugar de
convívio?
São intensas,
embriagantes,
são a luz e o pesar,
caminho do sofrer,
são a alegria densa no olhar
e o infortúnio contido em viver.
Por quê?
Se na vasta
mansidão da noite,
sou pego desprevenido,
sou arremessado do centro,
do estaque essencial,
sou abstraído
e em parte renegado,
reciclo-me
e envolto em uma atmosfera de languidez,
sobrevivo,
sem quem sabe ter a certeza do ser,
sem ter a certeza do olhar,
porém vivo.
Estou,
estás,
límpido sonhar da vaguidão,
límpido perecer de minh’alma,
quando és manhã,
resplandece,
se és a noite,
subjuga-me,
se és madrugada,
suga-me.
Pleno em ti,
pleno existir,
sensação e emoção,
delírio,
sou essa massa inconsciente, taciturno,
sou a escuridão,
trevas,
sobrevivo.