Personalista
O poema personalista
é a vida
e a morte do escritor,
nele está tudo,
tudo que sobra,
tudo que falta,
está sua ausência
e sua presença,
está tudo que quer
ou tudo que nunca quis.
No poema podemos ver
sua face,
ou sua ida,
aquilo que lhe fez
e o que lhe faltou fazer,
o que teve saudade
ou o que não quer
que nunca volte.
O que são,
os poemas,
senão personalistas?
Imagens desgastadas,
do seu próprio traço,
vergonhas obscuras
do seu próprio caráter,
folhas espalhadas
na sua alma?
Subscrevo-me
e assino embaixo,
o que me sobra
é tanta falta.