Por Cultura Plural
O cenário musical de Ponta Grossa sempre foi um ambiente rico em criatividade e pluralidade de estilos, tons e sonoridades. Pensando nisso, a equipe do Cultura Plural traz aos leitores um panorama de recomendações de obras e artistas locais que merecem o reconhecimento e o prestígio dos amantes da música na cidade.
Rapper Stanley lança seu primeiro álbum
O rapper Stanley, músico de Ponta Grossa, lançou no dia 18 de março seu primeiro álbum, que conta com uma diversidade de gêneros e artistas locais. O álbum, lançado no dia do aniversário de sua filha, recebeu o nome de RUGAS e levou quatro anos para ficar pronto. Teve a participação de várias artistas mulheres, inclusive da esposa do rapper, que participou com um poema. O álbum não tem um gênero específico, pois carrega uma grande diversidade de artistas que mostram sua luta, trazendo assuntos relevantes na atualidade, como machismo e racismo.
Arte: Divulgação
Segundo Stanley, seu próximo projeto consiste em apresentar o álbum ao vivo com os artistas que participaram da produção. Ele conta também que há mais de 17 anos trabalha com a música e aprendeu diversas coisas nesse meio, como respeito, amor próprio, cultura e liberdade. O rapper relata estar feliz com a atenção que está recebendo no cenário artístico de Ponta Grossa e diz que continuará lutando por essa esfera.
Link para o álbum “Rugas”: Stanley | Rugas (Álbum)
Por Pamela Lima
5 anos de “Passos Vazios” da Grooverkill: Um triunfo da colaboração contra o tempo
Em 2017 a banda Grooverkill, de Ponta Grossa, precisava compor uma canção original para o festival EDP Live Bands, cujo prêmio principal seria uma apresentação da banda contemplada em Portugal. O único empecilho era o tempo, pois a banda formada por William Lima, Sérgio Waldman, Andria Jéssica e Daniel Specalski teria de compor uma canção original em uma quarta-feira para enviar à organização do EDP na sexta-feira.
Arte: Divulgação
O resultado desse trabalho de criação e refinação em tempo ardiloso é uma canção poética em sua proposta de falar sobre o poder devastador de memórias implacáveis. Com inspirações na estética granulada no Nu Metal agressivo da fase inicial do Linkin Park, característico dos anos 2000, e na melancolia elegante das letras e solos do Audioslave, os músicos criaram autenticidade para a canção e sua mensagem sobre a forma ora sombria, ora nostálgica, do desejo de voltar ao passado. Paixão cruel que deixa presente e futuro a caminhar, como indica o título, a base de passos vazios.
Mesmo que a banda não tenha sido premiada pelo EDP – ainda que a inscrição tenha impulsionado a visibilidade da composição – os membros da Grooverkill deram à luz a uma canção virtuosa o suficiente para ser considerada uma conquista por mérito próprio. Criada contra o tempo, e ao poder dele dedicada em sua essência, a canção é um presente para os amantes do rock grunge de Ponta Grossa.
Link para “Passos Vazios” da Grooverkill: GROOVERKILL – Passos Vazios
Por Yuri A.F. Marcinik
Novo single da Krafka reafirma sonoridade e referências da banda
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Lançado pela Abrigo Records em fevereiro de 2022, o single “Marcas” da banda Krafka pode servir, de imediato, como um exemplo de identidade para apresentar a banda a quem não a conheça. As timbragens e linhas melódicas com influências que vão de Terno Rei a Fresno entregam um som moderno e genuíno ao se considerar as inspirações dos integrantes.
Em nova formação, com Lucas Maciel no lugar de Daniel Victor na guitarra, a Krafka mantém coesão entre o EP “Âmbar”, de 2021, e o single novo. Quem se encantou com o lançamento anterior, ainda pela Atari Punk Records, certamente encontrará o que procura em “Marcas”. Com isso, a Krafka trabalha (mesmo que inconscientemente) a favor do fortalecimento e da fidelização de seu público, tanto na letra, capaz de tocar em feridas específicas de cada um, quanto na sonoridade.
Link para o single “Marcas”: Krafka – Marcas
Por Cássio Murilo
Primeiro single da Velvet Luna flerta com o indie rock dos anos 2000
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“Cicatriz”, lançado em dezembro de 2021 pela Cabbana Records, poderia tranquilamente ser ouvida meses depois do lançamento de “Is This It” dos Strokes sem susto. O que poderia soar “datado” para os menos sensitivos é, na verdade, um saudoso mergulho nos primórdios do indie moderno (que já completa 20 anos) sem parecer antigo. Os garotos da Velvet Luna o fazem com maestria e entregam uma música divertida, honesta e com alto astral para curtir em uma festa ou sozinho no quarto.
A melodia, os riffs característicos de guitarra, o leve fuzz no baixo e a bateria pulsante são perfeitamente capazes de envolver qualquer fã ou entusiasta do indie rock mais cru. Ao restante do público de rock alternativo, que possa ter no Shoegaze ou no Stoner Rock suas preferências, a música pode soar positivamente diferente e tranquila. Com ou sem a roupagem indie, “Cicatriz” é uma música capaz de envolver alguém apenas por si, seja tocada em voz e violão, seja com a banda toda. É apenas o primeiro lançamento e ainda há material de gaveta para sair. Velvet Luna merece atenção para tais lançamentos futuros.
Link para o single “Cicatriz”: Velut Luna – Cicatriz
Por Cássio Murilo