Acordo em sobressalto,
são momentos
de inquietude
na sua ausência,
acordo com os olhos
de mar
escorrendo
em um fio de saudade.
Acordo
com a boca de vento,
na subida
íngreme das horas
meu peito
se demora
em contemplá-la,
meus ouvidos
de passarinho
passam a espectadores.
Onde está?
Onde está?
Tudo silencia,
os olhos
se unem na procura,
o quarto
ganha forma,
lentamente.
E a manhã pastosa
se mostra quadrada,
a boca,
em sinal de deserto,
não quer se levantar,
e o minuto do ontem
passa atrasado,
qualquer sinal
penitente de saudade
passa aqui.
Olhos
nos vãos,
a procura
é tão exata
que se compara
a navegar,
de preciso
faço a espera
na esperança
de a beijar.