Por Jessica Grossi
Lançada em agosto deste ano, a plataforma Paranáflix funciona de forma colaborativa. O site foi criado com o objetivo de difundir produções paranaenses já disponíveis em outras plataformas gratuitas. Produtores de curtas, documentários e filmes de ficção paranaenses podem se cadastrar na plataforma.
A interface simples do site possibilita que o público tenha acesso a diferentes produções do Estado. São 24 categorias disponíveis, sendo elas: audiodescrição, documentário, ficção, animação, experimental, infantil, universitário, curta-metragem, média-metragem, longa-metragem, cine clube aurora, cinema negro, dirigido por mulheres, cinema LGBTQIA+, filmes do interior, super-8, série, videoclipe, legendas em português, legendas em inglês, legendas em espanhol, línguas brasileiras de sinais, filmes de cursos livres e websérie.
Marcela Mancino criou a interface do site e Tomás von der Osten a lista de produções. A ideia surgiu quando os dois conversavam sobre a acessibilidade das produções do estado. “Com a popularização das plataformas de streaming, muitas pessoas se acostumaram a deixar a curadoria do que assistem nas mãos dessas empresas. Pensamos, então, em construir uma plataforma que permitisse a qualquer pessoa navegar por este acervo, e também adicionar os filmes que produz ou conhece”, explica Mancino.
Gabriel Borges adicionou sua produção na plataforma. E no rumo do meu sangue trata sobre ritmo, acompanhado de uma reflexão sobre as imagens de pessoas negras. Gabriel fez uma montagem com músicas e imagens de arquivo do Cinema Novo Brasileiro. O cineasta Zózimo Bulbul e o ator Antônio Pitanga aparecem em E no rumo do meu sangue. Segundo Borges, o retorno da plataforma está alto. Analisando a métrica da postagem que fez no youtube, Borges percebeu que boa parte dos visualizadores externos vinham da Paranáflix. “38% das visualizações vieram de sites externos e destas a maior parte (23,7%) são advindas da Paranáflix. Massa, não?”.
Borges destaca que os produtores sempre buscam novas possibilidades de exibição para seus produtos. “E, no fim, além de tudo acho que é importante que a gente ocupe esse espaço do site e promova ele ao máximo. Afinal, é nosso cinema, né? Cinema produzido aqui, próximo da gente”, complementa.
Leandro Kindermann também cadastrou uma produção na plataforma. Seu documentário Condomínio em Quarentena surgiu durante uma oficina de documentários que foi paralisada devido ao isolamento social imposto pela Covid-19. Logo nas primeiras semanas de isolamento, Kindermann solicitou aos vizinhos depoimentos via whatsapp e montou o documentário que tem aproximadamente sete minutos. Ele soube do projeto Paranáflix pelas redes sociais e decidiu enviar seu vídeo à plataforma. “Sabendo que é exclusivamente paranaense, achei que seria interessante ter meu trabalho exposto nessa plataforma”, observa. Kindermann destaca que o tema auxiliou no aumento de captação de visualizações.
O acervo e o financiamento são construídos de forma colaborativa. Por meio de uma campanha de financiamento contínuo, a equipe de dois voluntários arrecada pequenos valores para a manutenção do site como hospedagem e domínio.