Via o paciente
tentando entender o que se passava,
e gastava uma árdua hora
pra lhe compreender.
Olhando os permeios,
as alegrias,
os medos,
misturando tudo na dose certa
pra tentar chegar…
Uma dose de empatia,
uma dose de carinho,
amor, curiosidade, ajuda,
e o paciente transeunte
ainda disperso pelo consultório.
Estudo as palavras, estudo os sinais,
procuro em mim
pra nele me achar,
tentando lhe descobrir a face, os segredos,
ainda perdido nas suas palavras
lhe vejo impaciente, perdido,
correndo de si, correndo do mundo,
seus olhos brilham.
– O que se pode fazer? A vida é isso mesmo, doutor.
A vida é só um sonho.