O sol já se foi faz tempo.
Da mortal doença,
sobraste o meu lamento.
Vô, dai me a licença,
Afim, que conte sua história ao vento
dando aos que me assistem a sua bença.
Hoje, me lembro do passado,
em que a década mal tinha começado
e uma pandemia havia se instaurado.
Vinha na brisa, na voz e no abraço.
A morte na rua,
no palanque, o palhaço:
o carrasco não informado,
ade ignorante mal intencionado.
Vozinho João,
não teve velório, nem caixão.
Do senhor, me restara a saudade
e um monte de subnotificação.
Depois do amanhã,
com remédio e vacina,
lembrarei do senhor,
que se foi nesta chacina.
Meu luto se transmutará em luta,
Da minha dor florescerá o amor,
e da nossa luz brilhará a clareza.
Para que, nunca mais,
essas velas precisem ser acesas.
Apresentação do autor:
Leo Chociai de 17 anos.
Profissão: Ator