Por Yasmin Orlowski
O ano era 1996, em um dia 29 de agosto – como o da última quinta feira – mulheres lésbicas de todo o Brasil se reuniam na cidade do Rio de Janeiro para realizar o primeiro Seminário Nacional de Lésbicas, cujo enfoque era tratar de assuntos referentes à violação dos direitos das mulheres relacionados à sua orientação sexual. Desde então, o assunto vem sendo relembrado e discutido nesta data.
O ano hoje é 2019, e as mulheres lésbicas ainda não alcançaram o almejado protagonismo na sociedade. Elas continuam não tendo o reconhecimento de suas relações afetivas, ouvem constantemente que suas relações são incompletas, principalmente no quesito sexual, além de sofrerem diversas violências psicológicas, físicas e econômicas, podendo chegar até a atos mais extremos como o estupro “corretivo” e o lesbocídio.
Mas, a luta das mulheres lésbicas no Brasil já é antiga, vem ocorrendo desde muito antes do dia 29 de agosto. Há 40 anos, em 1979, as mulheres passaram a integrar o grupo Somos, primeira organização lésbica do país. A batalha tem sido travada por elas até os dias atuais, com pequenas derrotas, mas também vitórias.
Como exemplo, uma maior visibilidade vem sendo alcançada por meio de séries e filmes que protagonizam personagens lésbicas e colocam suas histórias em evidencia. Também se reconhece a possibilidade de adoção de uma criança, desde 2005, por casais homoafetivos. Pequenas vitórias como essa deixam a luta cada vez menos extenuante e mais motivadora, mostrando-se um avanço, mesmo que pequeno, para o fim da discriminação do amor.