Circo Zanchettini encanta as noites dos ponta-grossenses
julho 13, 2022
Categorias: Circo; Cultura Popular;

Circo Zanchettini encanta as noites dos ponta-grossenses

Em entrevista para o Cultura Plural, artistas comentam detalhes sobre a apresentação e a rotina de uma família circense


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Na noite de domingo (03), o Circo Zanchettini subiu no picadeiro mais uma vez para iluminar a cidade. Há quase três meses em Ponta Grossa, o grupo circense encerra sua temporada por aqui no próximo dia 17 de julho, totalizando mais de cinquenta espetáculos com casa cheia nos Campos Gerais.

Na estrada como praticantes e amantes da arte do circo desde a Segunda Guerra Mundial, a família Zanchettini é considerada uma das mais antigas em atividade ininterrupta no Brasil. O elenco atual reúne a terceira e quarta geração de artistas que acreditam e continuam perpetuando a magia do tradicional espetáculo de picadeiro.

Em homenagem a Wanda Zanchettini, uma das mais famosas artistas circenses do Brasil e avó dos atuais protagonistas das apresentações, o Circo Zanchettini carrega a letra “W” acima do picadeiro no ponto central da lona como uma forma de pedir proteção para a realização de um bom espetáculo.

Em entrevista para o Cultura Plural, os irmãos Erimeide, Márcia e Silvio Marcos compartilham detalhes sobre a família Zanchettini e a trajetória do circo.

O espetáculo 

A apresentação foi mágica do começo ao fim, com várias risadas, emoções à flor da pele, comidas, bebidas e muita diversão. O ambiente, colorido e também aconchegante, passa a sensação de que a noite será especial. O circo também conta com um universo de guloseimas: crepe, algodão doce, pipoca e batata são vendidos para aqueles que queiram aproveitar da melhor maneira o evento.

A abertura do espetáculo foi feita com o balé de Gabriela, Andressa e Luana, ao som de canções ao vivo entoadas pela cantora Erimeide, que encantou com o timbre de voz e o vestido brilhante. “Com muita alegria, estamos no picadeiro nesta noite! E hoje em especial queremos agradecer a visita de quem nos acolheu na pandemia. Estávamos com o circo em Campina grande do Sul e veio a pandemia, fechamos a porta com o decreto e graças a Deus estávamos com amigos queridos naqueles momentos. Abaixamos a lona, porque foi uma temporada que achávamos que seria apenas 3 meses, mas foi 1 ano e 8 meses de muita luta”, relata.

A noite seguiu com a apresentação dos irmãos Zanchettini e seus divertidos monociclos. Logo em seguida, André Luiz deixou o público admirado com os malabares de bolas e argolas, principalmente no momento mais arriscado: o malabarismo feito com estacas de fogo. A tensão deixou a plateia apreensiva e totalmente vidrada.

Mas foi o trio de palhaços Magali, Ligeirinho e Ticotico que roubou a cena! Os arlequins contaram diversas piadas que fizeram o público “rachar de rir”. Logo depois, Andressa Zanchettini deixou todos boquiabertos com o seu balé das alturas, juntamente com os trapezistas “pássaros sem asas”, que causaram arrepios com apresentações radicais.

Por fim, o show de mágica deixou uma plateia inteira intrigada, especialmente as crianças: “como é que eles fizeram isso?” foi a frase mais ouvida após diversos truques envolvendo desaparecimento, caixas mágicas e ilusões de ótica.

E a noite de diversão se encerrou com o Globo da Morte, a atração mais radical, mortal e aguardada de todas. O trio contou com a participação mais que especial de Márcia Zanchettini, uma das únicas mulheres globistas em atividade no Brasil, recordista mundial e indicada ao Guiness Book. “Não havia moças que faziam globo, e eu ficava me perguntando: Por que não existem moças no globo? E a minha mãe falou assim para mim: ‘Quem falou que você não pode? Você pode tudo!’. E é exatamente isso: no circo não temos sexo e idade, o circo é para todos”, conta Márcia.

A rotina da família Zanchettini

A família Zanchettini finalmente pode voltar a divertir tantas pessoas por todos os lugares que vão. Erimeide, Márcia e Silvio Marcos resumem a vida circense. “O circo por si é família, em volta da lona do circo tem uma família, ensinamos os filhos, os netos, passa de geração para geração. Minha avó faleceu com 82 anos, no circo, porque é uma grande tradição e nós honramos muito essa trajetória. O circo é muito sagrado, debaixo dessa lona aqui vocês deram risada, vocês se emocionaram, vocês quiseram chorar, vocês aplaudiram, vocês riram pra caramba, e vocês saem felizes e nós com o papel cumprido”.

O Circo Zanchettini possui programação diária de espetáculos até o dia 17 de julho, sempre às 20h30, no Jockey Clube de Ponta Grossa. Aos sábados, domingos e feriados o Circo também promove uma sessão extra, às 16h. A entrada é R$30 a inteira e R$15 a meia. Para mais informações, acesse o Instagram do Circo Zanchettini @circozanchettini.

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Manuela Roque

Manuela Roque

Eu sou Manuela Roque Ferreira, tenho 20 anos, sou aluna do 4º ano de Jornalismo da UEPG e faço parte da equipe de bolsistas e repórteres do Cultura Plural. Sou apaixonada por todas as áreas da cultura, e acredito que ela é a responsável por fazer do nosso mundo um lugar melhor.

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