Por Cultura Plural
A arte Drag teve seu início na Grécia Antiga, juntamente com o teatro. Como as mulheres eram proibidas de participar das apresentações, cabia aos homens interpretarem os papeis femininos, vestidos com roupas caricatas e máscaras extravagantes. “Drag” significa “arrastar”, verbo que fazia referência aos trajes femininos compridos que eram arrastados pelos palcos teatrais.
Muito tempo depois, no século XX, essa prática ganhou um outro significado com a comunidade LGBT, que se aproximou dessa cultura e adicionou a ela o termo “queen”, que perdura até hoje. Assim se popularizaram as Drag Queens.
Nos últimos anos no Brasil, esta forma de expressão artística teve uma grande ascensão e no cenário ponta-grossense não foi diferente. Entre as personalidades da cidade está Julie San Fierro, persona criada por Diego Osni Fernandes, redator publicitário de 24 anos.
Diego conta que seus primeiros contatos com a arte Drag aconteceram em meados de 2015, mas que a primeira montação só ocorreu no carnaval de 2016, com o objetivo inicial de se caracterizar para uma festa temática. Com a primeira experiência, ele relata que se apaixonou pela prática, e com a ajuda de um amigo que já fazia Drag Queen, desenvolveu a ideia dali em diante.
As inspirações para a criação da personalidade, estilo de roupa e maquiagem foram diversas. As divas da música pop foram decisivas nos traços da aparência de Julie e, além delas, outras Drag Queens populares da época e personagens dos jogos do período da infância e adolescência de Diego também influenciaram na criação da personagem. O nome surgiu da junção de dois fatores distintos, Julie foi escolhido em homenagem à primeira cadela de estimação do publicitário e San Fierro faz referência ao nome de uma das cidades do seu jogo favorito.
Para Diego, a arte Drag representa uma maneira de resistência e representatividade, além de inspirar e alegrar outras pessoas. “Poder contribuir para um mundo mais colorido e com pessoas empoderadas é uma missão que o universo me deu”.
O publicitário cita o grande empenho dedicado à maquiagem, que leva horas para fazer, além das roupas produzidas na maioria por conta própria. “A peruca enroscando no brinco também não é fácil”, brinca. E reforça a relevância social das Drag Queens: “é a sua coragem de enfrentar os paradigmas e preconceitos da sociedade”.
Ao falar sobre a ascensão das Drag Queens no cenário musical brasileiro, ele afirma que isso traz mais reconhecimento, visibilidade, valorização e inspiração para a comunidade LGBT. O Brasil conta com personalidades internacionais da área, como Pabllo Vittar, que ultrapassou o americano RuPaul e se tornou a Drag Queen mais seguida no Instagram no mundo todo, além de ter estampado a capa da Gay Times, maior revista LGBT da Inglaterra, e ser a primeira Drag Queen a emplacar três músicas no top 10 das paradas musicais brasileiras. Esta forma de expressão artística tem ganhado cada vez mais visibilidade mundial e se mostra a cada ano mais consolidada socialmente.
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Barbarizou keryda! Fico muito feliz de poder contribuir com o seu trabalho e mostrar cada vez mais à sociedade essa arte linda.
Uau PARABÉNS Solano Amei a sua matéria ( redação)
Isso estar incrível Muito bom mesmo
Parabéns SOLANO FERREIRA