Por Cultura Plural
Hoje, 07 de outubro, a Igreja Católica comemora o dia de Nossa Senhora do Rosário, que apareceu a São Domingos de Gusmão em 1208, na igreja de Prouille (França), onde Maria entrega a ele um rosário. Em Ponta Grossa, a santa tem uma igreja dedicada a ela: a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em frente à Praça Barão do Rio Branco, na região central.
É uma das igrejas mais antigas da cidade. A capela de Nossa Senhora do Rosário tem registros de sua existência já em 1898, fazendo parte da Paróquia de Sant’Anna. Nesta época, Ponta Grossa tinha cerca de apenas cinco mil habitantes. As celebrações de missas e atendimentos pastorais e espirituais ficavam a cargo dos Missionários do Verbo Divino, que chegam ao município em 1905 e assumem todas as capelas.
A atual igreja, construída em estilo romântico, começou a ser pensada em 31 de janeiro de 1942, quando se torna Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, com o Padre Antonio Klein assumindo o cargo de primeiro vigário (ele fica até 1944 nesta função). Em 1951, depois de sete anos de obras, é inaugurada a nova matriz (como vemos hoje), com a Santa Missa Especial.
O interior sóbrio da igreja lembra os templos romanos, quando da expansão do Cristianismo. Em 1961, os artistas plásticos Américo e Eva Makle fazem as primeiras pinturas murais na capela do altar mor, como os três mistérios do Rosário. Em todas as cenas, Nossa Senhora ocupa um lugar preponderante. Ao centro da pintura aparece Cristo pregado na cruz, representando ainda a Consagração, a vinda do Espírito Santo e a União com Cristo. Nas laterais da Igreja, vemos quadros em mosaico bizantinos, além das estações da Via Sacra, com a mesma característica.
O Rosário surge por volta do ano 800 d.C., nos mosteiros. Os monges rezavam os 150 salmos, enquanto os leigos, que não sabiam ler, rezavam 150 Pai-Nossos, que depois foram acrescentados de 150 Aves-Mais, 150 louvores em honra a Jesus e 150 louvores à Virgem Maria. O Rosário como conhecemos hoje (depois de ser entregue a São Domingos Gusmão) é dividido em três partes, com 20 mistérios – cinco gozosos, cinco dolorosos, cinco luminosos e cinco gloriosos (cada um lembra as chagas de Jesus). Cada mistério tem 10 Aves-Marias, lembrando os 10 Mandamentos de Deus, um Pai-Nosso, um Glória e jaculatórias pedindo a intercessão de Jesus, Maria e santos. No início, faz-se o sinal da cruz, o oferecimento da oração, e reza-se um Creio, um Pai-Nosso e três Ave-Marias. Ao final de cada terço, reza-se ainda a Ladainha a Nossa Senhora – sequência de invocações à santa, e os agradecimentos. O objetivo do Rosário é meditar e contemplar, a cada passagem, a vida de Jesus e Maria. Os mistérios gozosos são rezados nas segundas-feiras e sábados, os dolorosos nas terças e sextas, os gloriosos nas quartas e domingos, e os luminosos nas quintas-feiras.
Nossa Senhora do Rosário é conhecida também como Nossa Senhora do Santo Rosário ou Nossa Senhora do Santíssimo Rosário. O nobre franco-romano Simon de Montfort construiu o primeiro santuário dedicado a Nossa Senhora da Vitória em agradecimento pela vitória da Batalha de Muret, em 1213. Em 1572, o Papa Pio V institui “Nossa Senhora da Vitória” como uma festa litúrgica para comemorar a vitória da Batalha de Lepanto, que marca o fim da expansão islâmica sobre o Mediterrâneo. A vitória foi atribuída a Nossa Senhora por ter sido feita uma procissão do rosário naquele dia na Praça de São Pedro, em Roma, para o sucesso da missão da Liga Santa (República de Veneza, Reino de Espanha, Cavaleiros de Malta e Estados Pontifícios) contra os turcos otomanos no oeste da Europa. Em 1573, Papa Gregório XIII mudou o título da comemoração para “Festa do Santo Rosário” e esta festa foi estendida pelo Papa Clemente XII à Igreja Universal. Após as reformas do Concílio Vaticano Segundo (1962-65) a festa foi renomeada para Nossa Senhora do Rosário e tem a classificação litúrgica de memória universal, comemorada no dia 7 de outubro, aniversário da batalha.
Reportagem de Eduardo Godoy.