Por Cultura Plural
Por E.Nivek
O jornalismo, a grande piada de nossos tempos. Eric Arthur Blair costumava dizer que
“jornalismo é aquilo que alguém não quer que se publique, o resto é publicidade. ” O
jornalismo morreu; de um jovem com sonhos grandiosos sobrou uma velha puta
definhando entre as esquinas de qualquer cidade. A publicidade tomou conta de todos
os serviços que poderiam ser prestados a sociedade.
Uma denúncia de corrupção na Sanepar é apresentada à RPC e a denunciante, com
todas as provas necessárias, aguarda ansiosa pela publicação da matéria, mas nada
acontece porque o jornalismo morreu. Tudo o que sobrou foram frangotes sem
culhões e velhos de barrigas obscenas escondidos atrás de alguma mesa alta,
afundados em toda a porcaria política que deveriam atacar.
O jornalismo deveria ser a arma mais forte da democracia, e sem essa arma o que
resta são letras vazias, letras reduzidas a siglas de partidos perdendo todo o
significado, pois representam apenas um monte de merda. E aliás, a democracia
também morreu, os malditos a assassinaram silenciosamente enquanto transferiam
todos os seus títulos a seus filhos, assim como acontece numa monarquia. PT, PSDB,
PCdoB, PSD e todos os outros pês rolando juntos numa grande orgia e apenas
esperando sua vez de foder as crianças de nosso país.
A briga há muito tempo deixou de ser pela população, esses safados só querem
saber de quem é a vez de sentar no trono, para que quando chegarem lá eles possam
roubar o máximo possível nos quatro anos que se seguirão. E quando estiver lendo
um jornal, ou assistindo, e acabar por encontrar uma notícia que realmente seja digna
de carregar o título de jornalismo, desconfie! a descarga pode parecer levar todos os
merdinhas embora, mas está apenas arrumando o lugar para o próximo cagão.
…O trono de nosso país é uma privada…
Os homens correm pela cidade, buscam um jeito de sobreviver entre as migalhas. E
onde estou nisso tudo? Ora, eu sou jovem e quero que a política coloque a bomba H
no meio da bunda e se exploda. Mas estou enjoado disso tudo e só quero ficar em
paz. Se eu tentar fazer as coisas de acordo com as regras é capaz de eu acabar me
tornando um deles. Já vi tantos amigos cheios de ideias tomarem esse caminho e no
fim esquecer todo o furor que os levou adiante e adiante, mas aí uma hora eles se
cansam e terminam seus dias falando da derrota do pequeno time da cidade no
campeonato paranaense ou virando críticos idiotas que só sabem falar mal daqueles
que realmente estão tentando algo novo.
Você já ligou a tv na hora do almoço? A mulher do tempo – uma gostosa – mente
para você:
“O nosso estado fica no conhecido corredor de tornados…’’
Mas os tornados começaram ainda naquele mesmo ano e se você perguntar para
seu pai, seu avô, ou qualquer outro velho na rua, eles não vão lembrar de nenhum
tornado em todos aqueles anos vividos – e lá está a mentira, CONHECIDO, para ser
conhecido deve estar acontecendo no mínimo a uma década, e aquele é só o primeiro
ano, mas eles têm de mentir, não podem sair por aí desesperando o povo e dizendo
que a natureza está cansada de toda a nossa porcaria jogada por aí e que vai
começar a dar o troco. E depois, o jornal vai para o intervalo e o repórter deixa a
chamada da próxima matéria que é algo como “Você vai ver a seguir: o número de
carrinhos de comida triplica…”, ou, “Veja a seguir: Fantasma pode cair para a série
B…”, e quando a matéria começa eles enrolam nesse assunto por 80 por cento do
tempo deixando os outros 20 dividido entre tragédias, fofocas e notícias realmente
jornalísticas… e lembre, desconfie!
Mas eu estou triste porque no fim sou um hipócrita por não estar fazendo nada para
ajudar a melhorar a situação, mas não é culpa minha – eu gosto de pensar assim por
desencargo de consciência –, quando eu vim parar aqui as coisas já estavam assim.
Eu não sou Bog, nem Jesus, e nem herói de quadrinhos; sou só um cara sem talento
nenhum fazendo o que gosta que é escrever, então FODAM-SE TODOS VOCÊS.
E se for parar para pensar isso aqui acaba como começou:
…Um jovem com sonhos grandiosos que vai acabar definhando…
***
PS: Um livro deve ser um machado que quebra o gelo em nós.
KAFKA