Por Cultura Plural
Maria Petel diz: “Eu vou te ensinar a frase mais importante, não precisa saber nenhuma outra”. ‘Я люблю тебе’ (se pronuncia ‘Ya lublio tebé’) significa ‘eu te amo’ em ucraniano.
Maria é brasileira, mas sua língua materna é o ucraniano. “Moramos em uma colônia em Prudentópolis. Aprendi a falar primeiro em ucraniano”, conta. Ela adianta que o seu sobrenome ‘petel’ significa trigo refinado em ucraniano.
A relação de Maria com a cultura de seus antepassados é extremamente forte. O avô veio da Ucrânia, “fugiu depois da guerra para o Brasil”. Ele trouxe outras tradições culturais, além da pêssanka, como pintura, tecelagem e bordados em Ponto Cruz. A pêssanka está presente na vida de Maria desde cedo. Quando criança, ela e os irmãos pintavam ovos com o avô. “Coloríamos os ovos pascais com quatro cores, principalmente preto e vermelho”, revela.
De acordo com Petel, os ovos (apenas coloridos, sem realização do processo de pintura da pêssanka) integravam a mesa de café-da-manhã da família no domingo de Páscoa. Nessa tradicional refeição ucraniana, além dos ovos, preparava-se carne assada, lingüiça, pão (‘paska’) e krim, uma raiz amarga. O krim deve ser ralado para comer com a ‘paska’, segundo o costume.
Maria se inscreveu na oficina com o incentivo da irmã. Ela quer retribuir o apoio e presentear os familiares. “Nós somos em nove, uma pêssanka para cada um”, diz.
Reportagem de Giovana Celinski.