Por Cultura Plural
Icthus quer dizer peixe em grego. As letras juntas também formam uma sigla que, traduzindo para o português, significa: Jesus Cristo, filho de Deus salvador. A Casa de Evangelização da Juventude Icthus vem justamente para espalhar a boa nova: Deus mandou o seu filho à terra para salvar a humanidade.
A ideia surgiu a partir da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a partir do discurso do Papa Francisco. “Na volta houve essa aspiração dos jovens sobre o que fazer para a juventude em geral, não somente para a católica”, revela o bispo da Diocese de Ponta Grossa, Dom Sérgio Braschi.
A Casa ainda não entrou em funcionamento completo, devido às reformas para adequação do ambiente. Porém, toda terça-feira, às 22h, eram realizadas missas no local, como preparação para a inauguração, prevista para o final deste ano. Atualmente, em razão da grande reforma, as celebrações de preparação estão sendo realizadas no mesmo horário no Colégio e Faculdade Sant’Ana.
A localização da Casa é a conhecida Avenida München, famosa por possuir dezenas de bares e casas noturnas e também pela violência. Segundo o Padre Clayton Delinski, o posicionamento da casa facilita o acesso dos jovens que ainda não participam da igreja. A curiosidade é atiçada no momento em que se passa na frente do local, em que se ouve música alta e vê-se jogo de luzes.
Quem não conhece não consegue imaginar que ali é um local de evangelização, uma “balada santa”. Além de atrair mais jovens, o local pretende ser um ponto de encontro tranquilo para que a juventude possa se divertir sem álcool e drogas e, ao mesmo tempo, louvar a Deus.
As missas são celebradas de maneira animada, com louvor antes do início da celebração, o que faz o jovem entrar no clima do local. O jogo de luzes também colabora com a ideia da Casa, criando um ambiente de festa.
Segundo o Padre Clayton, a Icthus é uma forma de seguir o que o Papa Francisco dizia na JMJ sobre “ir sem medo para a missão”. “A Casa é para ser um local de convivência e de lazer, para que enquanto o jovem dance ou lanche ele também possa passar por um processo de ser evangelizado, que ajude o jovem a perceber os valores verdadeiros”, afirma.
“Sou um estrangeiro aqui, no céu é o meu lugar”
A Casa de Evangelização da Juventude, Icthus, não atrai somente o público ponta-grossense. Jovens dos municípios vizinhos também participam das celebrações. O principal motivo que provoca esta vinda é a forma diferente de louvor.
Para o Padre Alisson Perboni, um dos coordenadores da Icthus, a vinda de tantos jovens de fora é surpreendente. Ele não esperava que, já no início, a casa fosse ter um alcance tão grande. “Eu imaginava que isso fosse acontecer quando a casa fosse inaugurada, mas mesmo assim a gente já teve um alcance imenso”, completa.
“Sempre que tenho a oportunidade de poder ficar na cidade, aproveito a boa chance de ir à missa nas terças, mas várias vezes já viemos entre amigos e com o grupo de jovens, para que possamos valorizar o que Deus nos oferece aqui”, relata Gabriela Farias, que mora em Piraí do Sul.
Para ela, a Icthus significa confiança na força da juventude: “Tantas vezes rótulos nos diminuem e nos afastam da vida na Igreja, e a Icthus é o oposto disso, é um projeto que quer resgatar e alimentar a juventude com a Palavra e nos levar a conhecer mais ainda a Deus”.
Heron Araújo é da cidade de Ipiranga e afirma que para estar perto de Deus faz esforços que nem ele mesmo conhece: “A Icthus me faz querer beber dessa fonte também, graças a Deus tenho muitos amigos que participam, assim posso ir visita-los e juntos podemos fortalecer nossa fé”.
Gabriele Ribeiro é de Carambeí e conta que o diferencial é a alegria. “Eu gosto do ambiente, da espiritualidade”, afirma. Ela também procura trazer mais jovens para o local.
Outro fator que é motivo de surpresa para o Padre Alisson é que não são somente jovens que frequentam as missas. Diversas faixas etárias frequentam o local, incluindo famílias inteiras. “A meta é atingir o jovem, mas se atingirmos também as famílias, será muito gratificante. Se estão vindo, melhor ainda”, acrescenta.
“A Icthus é uma nova alternativa para a juventude de hoje. É um espaço para o jovem se encontrar sem as coisas que possam vir a feri-lo”, conclui Padre Alisson.
“Vem trabalhar na vinha do Senhor”
Por trás da Casa de Evangelização Icthus há uma série de pessoas que se dedicam para que o projeto saia do papel e se torne realidade. A Pastoral Juvenil da Diocese de Ponta Grossa está na frente da organização da iniciativa. Além dos envolvidos na Pastoral e no Conselho, os jovens também se voluntariam para ajudar.
Elayne Cristina da Silva é integrante do Conselho da Icthus e participa desde o início. Ela afirma que no Brasil existem iniciativas católicas diferentes para evangelização dos jovens, como lanchonetes em shoppings. Porém, a iniciativa da criação de uma casa noturna se diferencia do que já existia.
“A gente já tinha um sonho de ter um ‘barzinho de Jesus’, um lugar tranquilo para sair com as pessoas e sem deixar de ser cristão”, afirma Elayne. Para ela, a Itchus é uma maneira muito forte de viver o evangelho e atingir o jovem.
“É importante que nós demos o exemplo para os outros, que chamemos os jovens para a nossa casa”, diz Ana Paula da Cunha, que também se envolveu desde o início. Na parte do voluntariado, ela pretende ajudar nos momentos de animação e acolhida.
Ana Flávia de Souza tenta participar de todas as maneiras que pode, seja no momento do ofertório, na acolhida do público e de outras maneiras. “Eu sinto a necessidade de ajudar mais nesta casa. Eu ajudo também a divulgar no facebook, que é um lugar que tem muito acesso. Ajudei também na cobertura de fotos”, relata.
“Eu quero ajudar cada vez mais, porque é um projeto muito bonito. Todo mundo que participa e conhece sabe que é muito valioso e pode ajudar a recuperar vários jovens”, completa Ana Flávia.
Os interessados em voluntariado podem preencher fichas para servir após a inauguração, prevista para o final de 2014.