Por Cultura Plural
Foto: Lorena Rocha“Mas a pior dor é a dor da fome, porque a dor da fome dói no corpo e dói na alma”, recorte de Carolina Maria de Jesus, migrante, mãe solteira e moradora da primeira grande favela de São Paulo, a Canindé, ilustra a fome como uma das mais intensas formas de sofrimento através de seu diário Quarto de despejo, publicado em 1960. Baseado nas poesias da escritora, o Grupo Teatral ApanelA, de Ribeirão Preto-SP, se apresentou no 53º Fenata na última terça-feira (11/11), na praça Santos Andrade.

A história narra com samba e descontração a realidade de pessoas marginalizadas que encontram no deslocamento para a cidade uma maneira de ascensão social. Os personagens encaram a profunda dor da fome, das violências, das desilusões amorosas e dos vícios. A realização de seus desejos e a busca da felicidade é um dos pontos fortes explorados pelos protagonistas historicamente invisíveis na sociedade.
No espetáculo, a poesia é retratada entre muitos aspectos culturais, exposto na atuação detalhada de alinhamento literário, no cenário construído em meio aos espectadores, na condução sonora com diferentes instrumentos da música brasileira e o cordel disponibilizado no final da apresentação. ApanelA esteve presente em Ponta Grossa em outros encontros como no festival Cacarejando Histórias do coletivo teatral Cacareco.
