Por: Emanuelle Pasqualotto
Com um fundo cômico e musical, a peça Memórias póstumas de Brás integra a programação do 4° Festival de Teatro Prosiá, realizado pelo Coletivo Cacareco. Na última terça-feira (22/07), a apresentação ocorreu no auditório B do Cine-Teatro Ópera, gratuitamente, e esgotou os ingressos.
A peça aborda o clássico livro de Machado de Assis publicado em 1881, Memórias póstumas de Brás Cubas, apresentando passagens da vida do personagem e os relacionamentos amorosos, com a família e amigos. O monólogo trata de capítulos da obra de forma interativa, cômica e musical.
Marcos Damigo, que interpretou o personagem, é ator há mais de 30 anos e foi convidado pela diretora Regina Galdino para realizar o trabalho solo da adaptação. A primeira vez que a peça estreou foi em 1998, enquanto Damigo ainda estava na escola de teatro. “É a mesma adaptação, mesmas músicas e figurinos. Outras partes nós refizemos”, explica.
Para o ator, a maior dificuldade para interpretar uma obra clássica da literatura brasileira foi encontrar ironia em Machado de Assis. “É uma ironia muito singular, sutil e inteligente”, destaca. Marcos passou por três meses de preparação e ensaios para a peça, encenada há oito anos pelos palcos de todo o país.
Renan Sota, produtor executivo do Festival de Teatro Prosiá, comemora os ingressos esgotados nos primeiros dias de evento e mantém expectativa positiva. “A nossa intenção de público é em torno de duas mil pessoas contando todas as apresentações do festival”, complementa.
Segundo Sota, essa é a primeira edição do festival que abriu inscrições para peças do Brasil todo. “Tivemos 235 inscrições e cinco foram escolhidos, depois de um processo de seleção”. O Festival Prosiá é realizado pelo Coletivo Cacareco e, neste ano, contou com recursos da Lei Paulo Gustavo. A programação encerra amanhã (26/07) com a cerimônia de premiação, no Melts Gastrobar, às 19 horas.