Com pluralidade e valorização de artistas locais, festival celebra a música e fortalece a cultura em Ponta Grossa
Por: Millena Zampieri e Erika Vibly
A trigésima sétima edição do Festival Universitário da Canção (FUC) acontece neste sábado (14/06) no Grande Auditório da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), às 19 horas. Como recepção do festival, às 17 horas será realizada uma exposição de fuscas acompanhada de apresentações de música popular brasileira, com clássicos de Adoniran Barbosa e Luiz Gonzaga. Nesta edição do festival, 12 cantores irão subir ao palco, seguindo uma tradição já consolidada. Das composições selecionadas, oito são de artistas de Ponta Grossa, duas vêm de Curitiba, uma de Foz do Iguaçu e outra de Telêmaco Borba.
O festival teve início em 1980 por iniciativa do Diretório Central de Estudantes da UEPG e, apesar do nome, não se restringia a universitários, mas era aberto para a comunidade participar. A motivação foi dar espaço para músicas e composições autorais e locais. Após seis anos, o Diretório Central deixou de organizar o FUC, até que no início da década de 1990, a universidade, a partir da Pró-Reitoria de Extensão, assumiu a organização do festival.
Segundo Nelson Silva Júnior, diretor de Assuntos Culturais da UEPG, a edição deste ano é de retomada, já que, assim como nos primeiros festivais, o FUC acontecerá no campus central da universidade. “Várias coisas marcam essa retomada do festival, porque entre as nossas atividades, vamos trazer uma música para a apresentação que ficou em segundo lugar no FUC de 1983, cantado pela dona Cecília, mãe da Lauriane Silva, que venceu no ano passado”.
Esse ano, toda a comunicação visual do festival está atrelada à produção do artesanato em palha, característica de Ponta Grossa. Para Júnior, a aproximação com o artesanato local na confecção dos troféus e da própria arte do evento é o diferencial desta edição, uma vez que a palha é um patrimônio salvaguardado da cidade, assim como o FUC
Todas as 36º edições do festival deixaram sua marca, cada uma com histórias e propósitos carregando elementos únicos. A primeira edição em 1980, em especial, foi fortemente impactada pela ditadura que ainda influenciava o cenário cultural. As músicas eram submetidas à censura, e muitas chegaram a ser proibidas de serem apresentadas no palco. O festival já recebeu grandes nomes como Oswaldo Montenegro, que participou de várias edições. A banda Viola Quebrada, que retorna neste ano, também já esteve presente. “Essas apresentações ajudam a construir a identidade do festival e reforçam a conexão com artistas da nossa história. A cada edição o festival busca inovar”, ressalta o diretor de Assuntos Culturais da UEPG.
Júnior ressalta a importância da participação do público no festival, que pode votar na categoria júri popular. “Será uma noite especial para a cultura musical de Ponta Grossa, para prestigiar as expressões artísticas da cidade”, finaliza.