Por Cultura Plural
O uso de títulos diferentes dos convencionais por denominações cristãs no mundo contemporâneo que buscam se distinguir da Igreja Católica ou das protestantes históricas e suas ramificações se apresenta, em alguns casos, como estratégia de marketing. Tais igrejas trazem a possibilidade de novas formas de culto para o crente desiludido com alguma experiência eclesiástica passada. De outro modo, o aparecimento de nomes/igrejas diversos/as se configura, conforme apregoam líderes afora, como uma ‘aperfeiçoada’ compreensão da verdade bíblica dada por revelação, ou por outro instrumento qualquer vindo dos céus.
Em Ponta Grossa, tal pluralidade cristã é observada, principalmente, em bairros periféricos. Os casos a seguir ilustram a diversidade desse cenário e as significações denominacionais.
A Comunidade Cristã Abba recebe tal nome, pois o termo aramaico (que numa tradução livre pode ser versado como ‘paizinho’) significava a forma como Jesus se comunicava com Deus através da oração, explica o pastor Tirso de Melo Santos.
A igreja Eterna Aliança recebeu um novo nome por meio da ‘revelação divina’. “Os líderes queriam mudar o nome da igreja. Escolheram Eterna Aliança por que foi o nome dado em oração ao pastor Edison Júnior”, relata Alexandre Fornazari, secretário da denominação.
Certos grupos transmitem em seus títulos pontos centrais de suas crenças, caso da Igreja Adventista do Sétimo Dia e da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ). “Adventista significa advento, retorno, volta, com base nas profecias bíblicas, que Jesus Cristo virá ao mundo uma segunda vez”, expõe Ezeir Bacelar, líder de oito igrejas adventistas na cidade. “Já o termo ‘sétimo dia’ é porque temos no sábado e sua observância, um dos aspectos mais importantes de nossa fé”, completa.
A IEQ explica a origem de sua designação na vida e obra de Jesus. “Temos esse nome devido às quatro coisas que Jesus faz por nós: salvação, batismo, cura e a Sua volta”, relata Fábio Misael, pastor da Quadrangular em Ponta Grossa.
Algumas definições não possuem explicação teológica ou marketeira. Maria Margarida de Oliveira, secretária da Igreja Missionária do Brasil, diz que a mesma foi criada no Japão e, ao ser trazida para o Brasil, apenas adaptou seu nome ao contexto nacional.
Outros nomes curiosos são, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a Brasil para Cristo, a Cristianismo Decidido, a Bola de Neve, a Igreja Cristã Raiz de Davi, a Presbiteriana Filadélfia, a Presbiteriana Hebrom, a Igreja Batista Verdade, a Evangélica Pentecostal Fonte da Vida, a Vencendo vem Jesus, a Missionária Monte Horebe, a Pentecostal Milagre pela Fé, a Gideões Missionários, a Messiânica Mundial do Brasil de Ponta Grossa, a Comunidade Evangelizadora do Oleiro…
Reportagem de Kevin Willian Kossar e Larissa Silvestre