Por Cultura Plural
O ‘Cinema e Psicanálise’ abriu espaço para discussão da “exploração de espaço, rompimento com a sociedade e revolução espiritual” do protagonista Christopher McCandless, do filme Na natureza selvagem. O evento, que acontece quase mensalmente desde 2010, realizou-se na tarde desse sábado (24/11) a 20ª edição, no Auditório SEPAM. O projeto é um desdobramento do Curso de Psicanálise e Antropologia, aberto também ao público externo. “Qualquer pessoa que tem interesse sobre refletir questões humanas e filmes pode fazer parte desse evento”, afirma a psicanalista e também coordenadora do evento, Sara Soriano.
‘Cinema e Psicanálise’ traz sempre a exibição de um filme que é interrompido em alguns momentos para discussão e debate. “Essa interrupção é fazer uma leitura de diálogos, é um exercício didático e não uma sala de cinema”, conta o psicanalista, antropólogo e também coordenador do evento, Célio Pinheiro. Para ele, a importância de realizar um evento assim é trazer para Ponta Grossa um novo olhar. “A cidade acaba se tornando um polo de articulação de ideias. Vai desenvolvendo uma racionalidade e pensamento reflexivo nas pessoas”.
O longa metragem exibido é do diretor Sean Penn, vencedor do Oscar, Grammy e Globo de Ouro no ano de 2008. O enredo conta a história de Christopher McCandless (Emile Hirsch), um jovem recém-formado na década de 1990 que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos, deixa seus pais, irmã e tudo o que lhe pertencia para trás. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida e vice-versa. Até que, após dois anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca.
O coordenador fala que a decisão na escolha do filme é ligar com os demais já exibidos. “Tentamos estabelecer um mínimo diálogo que dê para relacionarmos com o último filme apresentado”, enfatiza. Célio também cita a importância de dar às pessoas alguma reflexão. “São filmes que permitem uma reflexão psicanalítica e antropológica”.
Edgar Hampf, um dos participantes ativos do evento, formado em Jornalismo e Direito e, atualmente, no quarto ano de Psicologia, conta que a participação desse diálogo permite uma nova abordagem. “Constrói uma reflexão mais inteligente da psicanálise, usa uma ferramenta diferencial dos meios acadêmicos, permitindo uma discussão de diversas áreas”, afirma.
Em cada evento realizado uma taxa é cobrada para cobrir despesas com o café, além de ser disponibilizado um certificado de quatro horas. Esta edição foi a última de 2012. As atividades retornam em março do ano que vem. Acesse aqui para mais informações.
Reportagem de Mariana Okita