Por Cultura Plural
Por Ingrid Muller e Yasmin Aguilera
No sábado (21), o espaço Cidade da Dança foi palco de uma mostra de sapateado, parte integrante do evento Setembro em Dança. Com performances dinâmicas e coreografias cuidadosamente elaboradas, a apresentação celebrou a arte do sapateado em suas diversas vertentes, encantando o público com ritmos marcantes e movimentos sincronizados. A mostra contou com 17 apresentações, sendo avaliadas pela banca de júri composta pelos artistas e coreógrafos Christiane Matallo, Ana Preta e Fábio Alcântara.
Christiane Matallo, além de jurada, também é praticante de sapateado com 47 anos de experiência. Ela explica sobre o papel do jurado em uma competição. “O papel dos jurados é ser imparcial em relação ao seu próprio gosto pessoal, mas apontar questionamentos, as coerências ou não do tema proposto, escolha da trilha, o desenvolvimento técnico e artístico, o próprio elenco se está maduro ou apto para executar a obra proposta.”
Além disso, Matallo expôs como se sente avaliando os dançarinos. “A sensação é de querer conversar e trocar mais com os artistas e coreógrafos, fiquei muito feliz de ver pessoas criativas, com vontade de continuar aprendendo. Na minha visão, estamos em constante processo enquanto artistas e seres humanos.”
A bailarina Milene Aiko, que atua no sapateado há cerca de dois anos, relata que teve que se afastar por um tempo da dança por conta de uma lesão e agora, finalmente, volta aos palcos: “Voltei esse ano com o Projeto Aloka Tap Dance. Houve muita preparação, ensaio e dedicação de todos. Para mim, a preparação para o evento foi o dia todo: se alimentar bem, fazer cabelo, maquiagem, separar os figurinos (e revisar a bolsa mil vezes antes de sair), e quando estou mais próxima de entrar no palco repasso as coreografias e faço um aquecimento para acordar o corpo”. Ela conta que o maior desafio que teve foi o tempo para as trocas de figurino, pois o projeto apresentou quatro coreografias e elas foram apresentadas em sequência, restando apenas 30 segundos para a troca.
Milene destaca também a experiência nas oficinas gratuitas que compõem o Setembro em Dança: “Na oficina da Chris Matallo, ela falou uma frase muito bonita que para mim é o que destaca o sapateado de outros estilos,: ‘música para se ver e dança para se ouvir’”. Nos anos anteriores, o sapateado entrava na categoria “estilo livre” no Setembro em Dança, o que tornava difícil a avaliação. “Como se avalia com os mesmos critérios uma coreografia de sapateado e outra de dança do ventre, tendo elas aspectos técnicos muito diferentes?”, questiona a dançarina.
A Mostra de Sapateado na Cidade da Dança finalizou com boa participação de dançarinos e do público. Com 15 dias de mostras competitivas, o Setembro em Dança foi palco para diferentes escolas e estilos.