Por Cultura Plural
Durante a 33ª Semana de Estudos em Comunicação, evento realizado pelo curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), estudantes visitaram a Fazenda Capão Alto, localizada em Castro. Com 273 anos, mais antiga do que a cidade, a fazenda está localizada em uma colina, cercada pelo rio Iapó.
Segundo as fontes documentais espalhadas pelos ambientes da fazenda, o espaço é um retrato da colonização brasileira do Brasil, por ser localizada em uma região de colina que atraía as tropas vindas do Rio Grande do Sul rumo a Sorocaba por volta de 1750. Foi em 1751 que a fazenda foi adquirida por religiosos da irmandade Carmelita, junto com duas mil cabeças de gado e 140 cavalos. Segundo o livro de Registro de terras da Paróquia, a Fazenda Capão Alto foi comprada pelo Frei João de Santa Isabel.
Uma história marcada pela escravidão
Quando os Carmelitas retiraram de Castro os escravos que tinham devoção por Nossa Senhora do Carmo, eles viveram em liberdade e autonomia no quilombo por cerca de cem anos e elegeram um escravo “fazendeiro” para administrar a fazenda. Em 1867, um grupo de 186 escravos da fazenda foi comprado pelo Comendador Francisco Teixeira.
A partir de 1870, a fazenda teve mais um comprador: Bonifácio José Batista. Na época, ele construiu a casa no estilo colonial, que reflete os típicos casarões das fazendas de café de São Paulo, utilizando taipa de pilão, uma antiga técnica de construção. Em 1897, após o falecimento de José Batista, sua neta buscou aumentar a qualidade do rebanho. Em 1910, o casarão da Fazenda Capão Alto se tornou um centro social, até 1981.
Tombamento
Em 1981, a Fazenda Capão Alto foi tombada pelo Governo do Estado do Paraná. Em 1988, com a nova Constituição Federal, houve a associação do patrimônio cultural à preservação da memória. Com isso foi determinada a sua vocação atual: ser um local aberto para a comunidade. A Fazenda Capão Alto atualmente está passando por uma revitalização para conservar ainda mais a memória do Estado.
A Visita
Michele Lima, que recebe os visitantes, contou parte da história da fazenda logo na chegada, outras informações não contadas por ela estavam documentadas nas paredes do casarão. Para o aluno do primeiro ano de Jornalismo e um dos organizadores da SeCom, João Guilherme Pimentel, morador da cidade de Castro, foi muito especial ter a possibilidade de visitar o local com os colegas. “Muitas pessoas nunca tinham ido para um casarão antigo assim, carregado de cultura. Foi a visita com maior demanda e lista de espera. Então, creio que, quem conseguiu ir, tirou muita coisa de lá”.