Por Cultura Plural
O fotógrafo Rodrigo Czekalski expõe uma série de fotos durante o 2° Colóquio Mulher e Sociedade.A exposição Eu Queria mostra retratos e conta a história de 11 mulheres ponta-grossenses. O evento acontece na sexta-feira, 8 de março, no Grande Auditório do Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Os 11 retratos mostram mulheres anônimas. Além das fotografias, será apresentada uma gravação com as respostas das modelos para a pergunta ‘o que você quer?’. Czekalski explica que a escolha de mulheres desconhecidas foi uma tentativa de fugir dos clichês da mídia. “Estamos acostumados a ver o perfil da empresária, da médica. Mas eu procurei saber o que a mulher comum quer, procurei o despertar fotográfico delas”, conta.
Segundo Czekalski, as fotos foram feitas da maneira mais simples possível, sem efeitos ou técnicas avançadas. “Represento as mulheres como elas são, como eu as vi. Tentei mostrar pessoas e não um simples retrato”, diz. O fotógrafo conta que não vai identificar quem é quem nas imagens, já que deseja estimular a imaginação do público. “Por mais simples que a foto seja, ao ver os olhos dessas mulheres você começa a imaginar como é a vida delas”, explica.
Para a organizadora do evento, Paula Melani Rocha, a exposição enriquece o Colóquio. “O fotógrafo traz a experiência de pessoas comuns para quem a questão de gênero está presente no cotidiano, e esse é justamente nosso objetivo”, afirma. A militante feminista Giovana Paganini acredita que os retratos apontam para outra área pelos quais os grupos de gênero devem lutar. “As fotos ajudam a mudar a ideia de que feminismo é só sobre igualdade de direitos. Temos que lutar pela imagem da mulher, também”.
Outra das responsáveis pelo Colóquio, Karina Janz Woitowicz, acredita que as fotografias mostram um ângulo diferente das questões de gênero. “A participação do Rodrigo oferece um outro olhar sobre o mesmo tema. Ao retratar essas mulheres anônimas, ele mostra que a desigualdade e as lutas também estão no cotidiano, algo que as vezes é esquecido nesse tipo de evento”.
Para o fotógrafo, a exposição é uma maneira de sair da rotina. “Estou muito envolvido com a fotografia comercial, que é o meu trabalho. Geralmente não consigo me dedicar a trabalhos autorais”, relata. Ainda assim, arranjar um tempo para o ensaio foi gratificante. “O mais importante é que consegui tirar algo dessas mulheres. Cada foto representa um momento da vida delas que doaram para mim”.
Reportagem de Rodrigo Menegat