Por Cultura Plural
Apesar das primeiras atividades protestantes em Ponta Grossa datarem de 1883, com um culto ministrado pelo padre convertido José Manuel da Conceição, a consolidação do presbiterianismo na Cidade se deu apenas em 1915. Desde então, a instituição cresceu e se proliferou. Atualmente, além de estar envolvida em projetos sociais e cuidar da administração de uma escola voltada para a educação infantil, conta com seis igrejas no Município.
Nas paredes da sala, vários certificados. Sobre a mesa, livros de assuntos diversos. Elementos que deixam transparecer o conhecimento adquirido ao longo dos anos de bacharelado em Teologia do pastor Marcos Aurélio Jensen dos Santos, que desde 1998 dirige a Primeira Igreja Presbiteriana de Ponta Grossa (PIPPG). Segundo ele, o presbiterianismo afirma a doutrina da soberania de Deus, em que o divino é responsável por traçar um plano de salvação para resgatar o homem.
Quanto às diferenças em relação às outras denominações cristãs, Marco Aurélio destaca a cerimônia do batismo, onde a água é aspergida sobre a cabeça, diferente de outras instituições, onde o batismo ocorre por imersão. Além disso, revela que a igreja não é pautada em regras impostas, mas sim na instrução através da palavra de Deus, para que os próprios fiéis possam discernir o que é certo do que é errado. “Nós não temos um código dizendo ‘não faça isso’ ou ‘não faça aquilo’. Instruímos as pessoas para que tomem as melhores decisões”, diz.
Papéis sociais
Rumando aos 35 anos de existência em 2013, a Associação Comunitária Presbiteriana de Ponta Grossa (ACPPG) é a responsável por atuações sociais ligadas a igreja. Por motivos – basicamente – financeiros, a escola Boas Novas de educação infantil e o planejamento de uma escola de música para crianças carentes, são as únicas ações desenvolvidas no momento. Ao longo de sua história, no entanto, já manteve livrarias, vídeo-locadoras, e até um projeto de assistência a travestis e profissionais do sexo.
A população procura a PIPPG pelos mais variados fatores. Desde problemas familiares como conflitos matrimoniais e dificuldades na educação dos filhos, até depressão e ansiedade. Guilherme Dechandt, fiel desde jovem, revela que passou a frequentar os cultos ainda criança, por influência da família. Depois de alguns meses, afastado por motivos pessoais, decidiu voltar, pois percebeu a presença divina em momentos inesperados ao longo de sua vida. “Na igreja eu me sinto melhor, de fato, abençoado. Sinto-me livre para adorar a Deus. E eu gosto disso”, conta.
Segundo o pastor Marcos Aurélio, a instituição – além de ter um valor histórico para a Cidade – cumpre também o papel espiritual de conceder às pessoas a possibilidade de uma proximidade com o transcendental. “Se de repente, as igrejas deixassem de existir, as escolas cumpririam o papel de ensinar e o governo cumpriria os papéis sociais. Mas na questão de responder aos anseios da alma, não haveria ninguém para isto”, afirma.
Serviço
Os cultos na PIPPG ocorrem nos domingos às 9h30 e 19h, terças-feiras às 6h30 e 20h, nas quartas-feiras às 19h30, quintas-feiras às 19h30 também, sextas-feiras às 20h e nos sábados às 20h.
Lugares de culto: manifestações religiosas nos Campos Gerais
A série tem por objetivo cartografar o cenário religioso dos Campos Gerais. O Cultura Plural pede a colaboração dos leitores, através do envio de sugestões de manifestações religiosas nos Campos Gerais. O contato pode ser feito através do e-mail contato@culturaplural.com.br.
A Igreja do Rosário foi tema do primeiro texto das reportagens do Lugares de culto.
Reportagem de Leonardo Carriel