Pode não parecer, mas andar na rua olhando à altura dos olhos abre margens
Para entender que algo vai te olhar de volta e tudo bem se…
Reconhecer uma face da loucura à metade do caminho e ela sorrir ao acenar
Eu na verdade tenho novidades a relatar sobre esse caminho de rua
Que infelizmente jamais poderia assumir quando quis ser sua, mas
Gostaria de admitir que, se entendesse, não me enguilhotinaria a fim de renunciar
Tracei a borda com meus pés em fogo por tanto tempo, que acostumei a vista
Pisando em ovos, olhando a neve, piscava os olhos, um passo em falso e via o mar
Beira, onde o mundo não acaba mas sinuosamente começa a te execrar
Em meio à culpa das falas, flutuando sobre todas as mágoas
Nunca ensaiei nadar, ainda que de crocodilo, pratiquei sorrisos, não lágrimas
Aquelas que eventualmente, ao chegarem ao ermo, brincaram de desabar
Poder; não sei se sei ser, eu adoraria tentar, porém, eis me aqui de joelhos sem crer
Perdi aqui e alí o dom das palavras, não sabe quantas vezes me senti inferior à você
Entretanto se soubesse, de fato, me amaria pra me libertar?
Ou será que, como todos esses restos de cavalaria, não seria um deleite esquadrinhar?
Porque pelo que vejo não há nada mais lindo do que assumir um erro acometido a revoar
Mas em segredo, se te permito, conte-me a sensação de exultar
Eu não aprendi
Eu a prendi
Sem ego que a faça voltar
Sem que a rua o faça
Sem que a lua traga
Serenata pra me acordar…