Estou cansada de falar sobre a lua
Mas falo dela pra não precisar falar da saudade de casa
Para não precisar falar sobre o medo
Sobre o que me acostumei a chamar de mania de desespero
A fim de melhorar, preciso ser um pouco menos real, é o preço
Então, se quiser me reinventar em sua cabeça eu agradeço
Tome a liberdade criativa de me tornar somente memória
Ou faça como eu e chore mágoas por não terminar histórias
É comum que eu escreva sobre natureza, sobre medos e incertezas
Mas, eu não sei escrever sobre aquilo que vira minha vida às avessas
Sobre aquilo que me arranca a pele e distorce meu cerne
Não sei como escrever sobre aquilo que me sinto em terra, verme
Não sei escrever porque, me confundo em meu dever
Se for apreço, eu perco a compreensão de quem de me lê
Mas se for literal deixa de ser poesia e passa a ser…
Muito eu, e eu tenho medo de mim, da minha companhia
Tenho medo porque, o tanto que ela é questionadora
Ela é agressiva
Aquilo que meu coração grita de maneira inquisidora
Traduzo passiva.