A segunda noite de apresentações de bandas locais no Sexta às Seis deste ano contou com duas bandas de Ponta Grossa: Blues na Estrada e Last Times. Com essa seleção, o público do Sexta às Seis pode ouvir blues e heavy metal cristão em uma só noite.
A escolha das duas bandas para tocar no mesmo dia fez com que os públicos se separassem, por conta da diferença nos gêneros musicais, e o intervalo entre as bandas foi acompanhado pela mudança de público no local. Como na última edição, o Sexta às Seis foi marcado por um Parque Ambiental lotado de fãs, curiosos e frequentadores do festival que assistem a todas as edições, mesmo sem ter conhecimento das bandas.
Blues na Estrada foi a primeira banda a se apresentar. Contando com um repertório autoral já conhecido pelo público e uma soma de diversas apresentações no Sexta às Seis desde sua origem, o grupo parecia conhecer o palco como a palma da mão. O público era diverso e apaixonado, contando com fãs antigos da banda e os que conheceram Blues na Estrada no momento da sua seleção para o festival. A naturalidade com que a banda se apresentou demonstra sua experiência e capacidade de manter um bom show, com um relacionamento próximo com a plateia e qualidade do repertório.
A banda completou 22 anos e a participação em mais uma edição do Sexta às Seis deixou os integrantes entusiasmados para mostrar para o público ponta-grossense um gênero pouco explorado no Brasil: o blues americano com letras em português. Para o vocalista Fabinho Ribeiro, os festivais de música são de suma importância para o reconhecimento, tanto pelo público quanto pelas próprias bandas, da música autoral de Ponta Grossa, além do apoio às bandas que não estão incluídas no mainstreame precisam do contato direto com o público.
Last Times foi a segunda banda a se apresentar na noite, com uma proposta de demonstrar o poder do heavy metal para a liberdade de expressão e criação. Com letras que falam sobre a fé cristã e a devoção, Last Times consegue unir bem a sonoridade dos instrumentos pesados e dos vocais agudos com a proposta do grupo de utilizar suas músicas como instrumento de fé. O público se mostrava envolvido com a possibilidade de pular ao som da banda, e, como costuma ocorrer no festival, vários dos membros da plateia se juntaram em um mosh. Apesar de ser a primeira vez da banda no festival, os integrantes demonstraram conhecimento musical e muita energia.
A banda ficou animada com a possibilidade de tocar no Sexta às Seis, maior festival de música da cidade. Para o guitarrista Rodrigo Dias, o festival gera uma grande oportunidade para bandas locais apresentarem seu trabalho ao público da cidade. Além disso, ele destaca o fato de o evento ser muito eclético – o que pode ser demonstrado facilmente pela escolha de duas bandas com gêneros completamente diferentes para a mesma noite -, realizado em um local público e com boa estrutura.
Na próxima sexta-feira (26), o Sexta às Seis recebe as bandas Jerimoon e Jamp. O cronograma completo de apresentações pode ser conferido no edital da Fundação Municipal de Cultura.
After
Como também é tradição das noites de sexta-feira em época de Sexta às Seis, no dia 5, logo após as apresentações das bandas no festival, ocorreram as apresentações de outras duas bandas da cidade no Kingston, bar no centro de Ponta Grossa. Velut Luna e Hoovaranas apresentaram suas canções autorais para um público caloroso e muito familiarizado com o som dos grupos.
Muitas das pessoas que prestigiaram a apresentação contaram à reportagem que saíram do Sexta às Seis e foram a pé até o local, com a vontade de continuar a noite de música e festa. O local intimista favoreceu a conexão com a banda, que interagiu com o público e aceitou pedidos da plateia que não estavam anteriormente na lista de músicas preparada para o show.